Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Indústrias de confecções apostam em novos canais para aumentar vendas

(Foto: Divulgação/Fiep)

Aumentar a capilaridade dos canais de vendas para que o consumidor final seja impactado de diferentes formas e possa efetivamente comprar. Esse tem sido um grande desafio para indústrias do setor têxtil, de confecções e artigos do vestuário no Paraná desde o início da pandemia, em março de 2020. Essa foi uma das tendências mapeadas pelo Observatório do Sistema Federação das Indústrias do Paraná (Sistema Fiep) em conjunto com o Conselho Setorial da Indústria do Vestuário e Têxtil e representantes de toda a cadeira produtiva do setor, no lançamento da Rota Estratégica para o Futuro da Indústria, em janeiro deste ano.

O estudo definiu fatores críticos, desafios e tendências para ações de curto, médio e longo prazo para que o Paraná se torne referência em moda sustentável, inovadora e competitiva no Brasil e no exterior. Depender de apenas uma ou duas formas de relacionamento com o atacado e o varejo foi um dos riscos sinalizados, principalmente depois que a pandemia da Covid-19 começou no Brasil.

O trabalho dos representantes comerciais, que percorrem o país para negociar produtos, e a atividade de comércio foram fortemente impactados com a adoção de medidas restritivas nos estados. Além de reduzir viagens, lojas e shopping de todo o país ficaram muito tempo fechadas, o que levou a indústria a repensar suas estratégias de vendas.

De acordo com Valdir Antonio Scalon, coordenador do Conselho Setorial da Fiep e presidente do Sindivest Maringá, a atual realidade do varejo, mais dinâmico e tecnológico, obrigou a indústria a se adaptar rapidamente ao momento. O comportamento do consumidor, mais conectado e digital, também influenciou para apressar a mudança. “A indústria tem um papel fundamental neste processo de se relacionar com o consumidor final. Um exemplo são as redes sociais e os aplicativos de mensagens, que permitem o contato direto do público com o fabricante”, justifica.

Para ele, a chegada do 5G deve acentuar isso ainda mais. “O celular é uma poderosa ferramenta de vendas. Com um clique é possível se relacionar com uma marca. O tamanho das indústrias não se mede mais pela metragem da planta, mas pelo amplo banco de dados cadastrados e pela gestão que se faz dele”, alega.

Outro exemplo são os catálogos de produtos, que até pouco tempo atrás eram focados nas vendas para o atacado. “Hoje foram reformulados com conteúdo atrativo ao consumidor final”, conta. Segundo o coordenador, o maior desafio para a indústria hoje é criar um ambiente único de relacionamento, o chamado Omnichannel, com integração de ecossistemas de vendas, onde o consumidor, centro das atenções, não sente diferença entre o físico e o online.

O industrial Alberto Nabhan, diretor do Grupo Beeight, de Cianorte, um dos principais polos do segmento do vestuário no Paraná, já tinha uma estrutura diversificada mesmo antes da pandemia começar. Além de 12 lojas no varejo em Cianorte, Maringá, Londrina e Campo Grande, ele mantém três lojas em Cianorte e Maringá focadas nas vendas no atacado. Atua ainda com 162 revendedores que representam suas marcas de jeans em diversas regiões do país, respondendo por 60% a 70% do faturamento da empresa. Mesmo assim, investiu numa plataforma própria de e-commerce, focada no atacado, e aderiu ao marketplace, ecossistema virtual multimarcas que reúne diversos produtos num único ambiente já estruturado, como um shopping 100% digital, que pode ser focado num único segmento ou oferecer diversos tipos de produtos.

“A pandemia criou essa oportunidade de mudança e a nova geração de gestores da empresa abriu nossos olhos. Aprendemos muito com eles”, conta. “Estamos no início, mas com perspectivas muito boas de crescer no e-commerce. A indústria precisa vender e por isso devemos entrar em todos os canais possíveis. Quanto mais visto o meu produto, mais clientes vão acessá-lo”, avalia.

No ano passado, mesmo diante da crise sanitária, as vendas no atacado cresceram. Mas com o agravamento da crise este ano, a partir dessa segunda onda, em março, os representantes pararam de viajar. “Foi aí que apostamos mais ainda nas vendas online porque o comércio ficou muito tempo fechado”, explica. Para ele, este é um caminho sem volta. “A experiência no atacado está sendo um trampolim para entrarmos no e-commerce de varejo também. Na indústria, ainda existe uma cultura conservadora quanto à expansão multicanais, mas acredito que é hora de mudar. Quem aproveitar o momento vai deslanchar. E quem resistir à tendência, se acomodar e demorar para entrar, vai sofrer”, conclui.

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