Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Indústria de Roupa no Amazonas ‘Sobrevive’ Com Uniformes

Nessa indústria que gera em torno de 12 mil empregos diretos, 85% das empresas atuam na informalidade.

Manaus - A produção de uniformes para as empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM) mantém o segmento de confecções, que movimenta cerca de R$ 150 milhões por ano. Nessa indústria que gera em torno de 12 mil empregos diretos, 85% das empresas atuam na informalidade.

De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Confecção de Roupas e Chapéus, Material de Segurança e Proteção do Estado do Amazonas (Sindconf), Engels de Medeiros, aproximadamente 80% do mercado de confecção no Estado é composto pela fabricação e venda de uniformes profissionais. A produção é concentrada em poucas empresas, explica o empresário, pois a demanda rápida e a necessidade da produção em escala elevada exclui as pequenas que não possuem maquinário adequado.

“As empresas de confecção acompanharam a evolução do Distrito Industrial, que hoje possui mais de 100 mil trabalhadores. Uma média de oito a dez empresas apenas atendem toda essa demanda. Somente as fábricas menores do PIM procuram as indústrias de confecção de menor porte”, explica Medeiros.

O restante do mercado é composto pela fabricação de fardamento escolar e de roupas utilizadas como ingressos em eventos, conhecidos como ‘abadás’. Esse último, apesar de ser um nicho sazonal, é bastante cobiçado, com licitações concorridas por empresas de todo o Brasil.

Segundo o presidente do sindicato, um pregão para escolher uma fábrica que vai produzir os ‘abadás’ para eventos públicos gira em torno de, aproximadamente, R$ 700 mil. “Existem empresas no setor aqui do Estado que não conseguem faturar 10% disso em um ano, por isso a concorrência”, disse.

A Bicho da Seda (BDS) é uma das maiores do setor atualmente e trabalha com roupas profissionais, escolares, militares e vestimentas para aplicação como Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Com um crescimento de 20% no mercado em 2011, o diretor presidente Luiz Augusto Rocha afirma que 2012 é um ano de incertezas.

“O setor têxtil brasileiro está passando por muitas transformações. Entretanto, estamos muito otimistas. Entendemos que nosso crescimento virá influenciado pelo aumento das obras de infraestrutura no País. Mas já podemos dizer que nosso primeiro trimestre foi o melhor dos últimos anos”, salientou Rocha.

A BDS gera hoje 520 empregos diretos e, por conta de sua estrutura, não fica refém de questões sazonais. “Quando nosso negócio para indústria está menor, fazemos compensações com empresas de serviço e assim por diante”, completa. O fardamento escolar representa em torno de 25% do faturamento total da BDS. 

Para as menores, como a Neo Fardamentos, as oportunidades de incremento nos negócios estão ligadas ao fator sazonalidade. O proprietário Waldir Landim explica que enquanto no primeiro semestre todas as atenções da sua fábrica ficam voltadas aos uniformes escolares e aos abadás para o carnaval, na segunda metade do ano resta focar no nicho de material esportivo e à manutenção das roupas dos estudantes.

Landim admite que existe uma expectativa boa em relação ao calendário eleitoral, pois, apesar de não ser mais permitida pela legislação a fabricação de camisas com números de candidatos, as empresas podem atuar na confecção de bandeiras e na própria uniformização dos trabalhadores das campanhas dos políticos.

Polo de Moda tente se erguer com incubadoras

Com uma produção tímida, o Sindconf tenta fomentar o polo de moda em Manaus, incubando oito empresas em suas dependências, uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Neste espaço, essas empresas fabricam e vendem suas criações, em alguns casos, peças que chegam a ser exclusivas.

Este é o caso da ‘Moda Flores Amazônia’, que desde 2009 fabrica e comercializa suas peças. “Fizemos um investimento próprio quando abriu o edital para entrar nesse programa. Começamos com duas máquinas, mas hoje temos sete funcionários e nove máquinas de costura. Já pensamos em abrir uma filialem Boa Vista(RR)”, revela o gerente, Mateus Bonfim.

Bonfim admite os desafios para se atuar no segmento. “Não temos produção têxtil e nenhum tecido é fabricado na Região Norte. Precisamos sempre fazer pedidos com três meses de antecedência”, relata.

Os mesmos gargalos são apontados por Waldir Landim. Segundo ele, quase todos os insumos utilizados no processo produtivo precisam ser importados, como linhas, tecidos e etiquetas.

Para Luiz Augusto Rocha, da BDS, a falta de mão de obra especializada é um dos principais problemas. “Como usamos equipamentos de última tecnologia, somos levados a formar a nossa mão de obra, o que aumenta nossos custos. Outro problema é a competição com ‘empresas’  informais e ilegais”, comenta.

“A cadeia produtiva do setor começa ainda na agricultura, passando pela fiação, tecelagem, tingimento, confecção, serigrafia, as facções e depois as vendas. Nosso processo no Amazonas começa na confecção, portanto, tudo vem de fora, geralmente de Santa Catarina e Minas Gerais”, aponta o presidente do Sindconf, Engels de Medeiros.

De acordo com o empresário, para  trazer toda a matéria-prima, as empresas acabam tendo um custo entre 7% e 10% maior, causado pelo Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Fonte:|http://www.d24am.com/noticias/economia/industria-de-roupa-no-amazon...

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