A Mult Brasil já produziu peças esportivas para a Adidas e Speedo, porém, perdeu ambos os clientes para a China, informou Lazarino. O ano de 2010 foi péssimo para a indústria têxtil e do vestuário. Agora, estamos na verdade recuperando o mercado. Por isso, é que a Fiems estima esse crescimento.
Segundo o economista José Nelson Costa Barros, um dos motivos para essa expectativa de crescimento é que no ano passado 30 milhões de brasileiros saíram da linha de pobreza. Esse fato gera um efeito multiplicador no consumo de vestuário. Outro detalhe é que o brasileiro, cada vez mais, exige qualidade e conforto nas roupas. “A moda é muito forte no Brasil, consequentemente, a indústria externa não consegue produzir tecidos para produção de peças mais elaboradas”, disse Barros.
Já Nelson Ubyrajara Truzzi Tupy, assessor do Sindicato Patronal da Indústria Têxtil e do Vestuário em Três Lagoas, não está tão otimista quanto Barros e Lazarino. Ele acredita que para a indústria alcançar o patamar de 3% de crescimento é preciso que a tributação do setor seja inferior. A Fiems está lutando para reduzir os altos encargos da categoria. Caso contrário, ele acredita ser impossível registrar o percentual previsto. “A tributação atrapalha em 90% o desenvolvimento da área têxtil”, esclareceu.
Números
Conforme Tupy, Três Lagoas conta hoje com aproximadamente 35 indústrias do segmento têxtil e do vestuário. Juntas, elas empregam aproximadamente 3.500 pessoas. Já no estado, são mais de 356 indústrias instaladas e 9.397 trabalhadores, incluindo os de Três Lagoas.
Mão de obra
O segmento têxtil da cidade tem muitas vagas de emprego, mas está faltando gente especializada para trabalhar no ramo. Muitos empresários estão precisando de costureira e de outros tipos de profissionais. As informações são do assessor do sindicato.
O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço Social da Indústria (Sesi) ofereceram cursos nesta área, mas, na maioria das vezes, não aparecem interessados. O piso salarial inicial da categoria está em torno de R$ 650 reais para aprendiz e R$ 690 para oficial. Porém, de acordo com Tupy, a maioria das empresas paga um percentual acima do piso para atrair o interesse dos funcionários. O valor exato dos salários não foi divulgado.
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