Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Indústria Têxtil Pode ter Novo Fôlego com Redução da Tarifa de Energia

Diante do cenário de crise, trabalhadores negociam pauta mais realista com patrões
Dilma anuncia medidas para reduzir energia, mas setor têxtil precisa da entrada em vigor de forma imediata

 

A redução nas tarifas de energia elétrica em até 28% para o início de 2013, anunciadas pela presidente Dilma Rousseff (PT), na semana passada, anima o setor têxtil. A afirmação foi feita pelo presidente do Sinditec (Sindicato das Indústrias de Tecelagens de Americana, Nova Odessa, Santa Bárbara d´Oeste e Sumaré), Fábio Beretta Rossi. Ele esteve reunido com o Sindicato dos Mestres e Contramestres para discutir o acordo coletivo de 2013, que está mais realista, por causa da crise vivenciada pelo setor.
 
Segundo Beretta, o pacote foi realmente posto em prática. E acredita que uma redução na conta de energia elétrica em torno de 20% ajudaria e muito as tecelagens. Segundo Beretta, a redução das tarifas da energia vai dar um fôlego a mais para o setor têxtil da região.Hoje o Sinditec, através do Departamento de Assuntos Energéticos, sob os cuidados do vice-presidente DilézioCiamarro, tem lutado há muito tempo pela redução da conta de energia e também para redução do preço no horário de pico. Hoje o setor paga 500% sobre a tarifa normal no período de pico e isso inviabiliza que as empresas trabalhem em turnos ininterruptos. E isso ocasiona quebra na produção.
 
Presidente do Sindicato dos Mestres e Contramestres de São Paulo, José Ferreira também comentou o assunto. Segundo ele, o governo propõe uma série de medidas, a longo prazo, a partir de janeiro do ano que vem. E questiona: "Quais as empresas que vão sobreviver para isso hoje. Será que vai ter alguma empresa para usufruir desses benefícios?". 
 
E Ferreira fez um comparativo. Ele mencionou a repercussão da demissão de 1,5 mil funcionários pela GM no Vale do Paraíba, mas empresas demitiram quase mil trabalhadores na capital e na região em dois dias e as dispensas nem apareceram nos jornais.  E reclamou que os órgãos de imprensa se omitem, pois não abordam o assunto. E o setor têxtil é o segundo maior empregador do Brasil, com 1,7 milhão deempregados. Só perde para a construção civil. Por isso defende que o governo se movimente e não espere para o ano que vem para colocar a redução em prática, porque, senão, será muito tarde. 
 
AUMENTO
 
Esta crise do setor refletirá na negociação salarial. "Eu acredito que nós vamos trabalhar, como sempre, pelo menos em um reajuste de 100% do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que hoje daria de 5,5% a 6%. O Sinditec também, quanto ao piso salarial, sempre tem concedido reajustes acima da inflação, tanto no piso quanto também no Programa de Participação dos Resultados ou Participação nos Lucros", explicou.
 
Normalmente a categoria também reivindica aumento do percentual sobre as horas-extras de 100% para 150%, de 50% para 75% e acredita que isso dificilmente será atendido face à crise pela qual passa o setor têxtil, principalmente pelas importações de tecidos provenientes da China. O restante será discutido. Segundo Beretta, também procura o que é melhor para o trabalhador. A cidade também enfrenta carência de mão de obra especializada que vai se perdendo para mertalurgia e metalmecânico que são segmentos mais prestigiados pelo governo Federal. 
 
O presidente do Sindicato dos Mestres e Contramestres de São Paulo falou das reivindicações apresentadas ao sindicato patronal para evitar possíveis paralisações no setor que já está em crise há anos. "O setor está em crise. Nós, trabalhadores, entendemos essa situação, tanto que Santa Bárbara d´Oeste, Campinas e Nova Odessa e Americana fizemos uma pauta enxuta para este ano aqui. Nós estamos negociando a parte econômica e deixamos só para ser renovadas as cláusulas sociais", explicou o sindicalista.
 
Por isso, a categoria reivindica 100% do INPC, que calcula a inflação, 15% de aumento no PPR e piso salarial de R$ 1 mil. Segundo o presidente, esse piso está sendo estipulado porque as empresas não terão condições de repor os funcionários qualificados se perderem a mão de obra. Isso ocorre, segundo Pereira, porque o piso está muito baixo do pago para outros setores.

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