Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industriais e trabalhadores do setor têxtil e da Confecção do Paraná se unem para superar crise

Reunião histórica, na sede da Fiep, visa evitar novas demissões no setor que é o segundo em geração de empregos no Paraná

Sindicatos de trabalhadores e sindicatos industriais do setor têxtil e de confecções se reuniram ontem, na sede da Fiep, em Curitiba. O encontro histórico entre as classes trabalhadora e empregadora teve um objetivo comum: buscar soluções para reduzir o impacto da crise econômica sobre o setor e, com isso, evitar novas demissões.  O setor é o segundo maior empregador da indústria paranaense. Segundo dados do Departamento Econômico da Fiep, são 6.400 indústrias que geram 94 mil postos de trabalho e pagam R$ 1,3 bilhão em salários por ano. Por conta da crise, o setor já começou a demitir e quer reverter a situação. 
A redução de impostos e a desoneração da folha de pagamento, entre outros incentivos para garantir condições de competitividade às indústrias, são apontadas como demandas prioritárias e comuns aos dois lados. Participaram do encontro 14 sindicatos de trabalhadores de diversas regiões do Paraná, a Federação dos Trabalhadores na Indústria, sindicatos industriais do setor e a Fiep. 
“Queremos enxergar como o setor está sendo atingido e como podemos juntos, ajudar a melhorar o ambiente e minimizar as perdas”, disse o presidente da Fiep, Edson Campagnolo. Ele colocou a Fiep à disposição como um apoio na busca de soluções. “Queremos desencadear um movimento colaborativo”, reforçou.

REIVINDICAÇÕES NACIONAIS - A reivindicação de âmbito nacional é a desoneração da folha de pagamento, cujo aumento da alíquota para a indústria está para ser votado na Câmara como um projeto de lei (PL). Já na pauta estadual, os principais pontos são: redução de impostos e incentivos fiscais tanto para a abertura de novas empresas, quanto para evitar que as atuais migrem para outros Estados. Os dois lados entendem que tais soluções ajudariam a evitar novas demissões.  
“Esta é uma forte preocupação de empregadores e empregados. Todos temos nossa parcela de responsabilidade ou nos omitimos ou tomamos partido. Este é o momento de tomarmos partido juntos”, disse Campagnolo.  
“Conseguimos reunir em Curitiba representantes de trabalhadores e empregadores do setor no Paraná para construirmos juntos um pleito que beneficie os dois lados”, disse Nelson Furman, presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem no Estado do Paraná (Sinditêxtil). Ele contou que o Estado está perdendo competitividade e citou o exemplo de empresas da CIC e Região Metropolitana de Curitiba que foram para a Bahia, em busca de um melhor ambiente fiscal e mão de obra.  Romério Moreira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação e Tecelagem de Curitiba e Região Metropolitana (Sinditêxtil), informa que além da migração das fábricas, diversas malharias fecharam as portas e a informalidade aumentou. “Nossa maior preocupação é manter os postos de trabalho e conter as demissões”, adverte.
NORTE DO ESTADO - No Norte do Estado, a situação também é crítica. Segundo dados da Federação dos Trabalhadores nas indústrias de Calcados, Couro, Vestuário e Têxtil do estado do Paraná (Fetraccovestt), só na região de Londrina, o número de empregados caiu de 14 mil para 8 mil nos últimos seis anos. “As empresas precisam escolher entre pagar a conta de luz ou a folha de pagamento. Não conseguem competir com os produtos chineses, não têm lucratividade e estão saindo do Paraná. Isso é ruim para o Estado que diminui a arrecadação, para as indústrias que não conseguem se manter e para o trabalhador que fica desempregado”, afirma José Ricardo Leite, presidente da Federação, que é constituída por vários sindicatos de trabalhadores na indústria da confecção e têxtil do Paraná. Os apontamentos feitos na reunião vão compor uma carta de intenções que será entregue ao governo nos próximos dias, assinada pela Fiep, sindicatos industriais e de trabalhadores.

 

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