Empresários brasileiros ficaram interessados nas oportunidades oferecidas pelo Haiti, mas querem apoio do governo e de organismos multilaterais para suavizar os riscos de investir num país desconhecido e com um histórico político e econômico cheio de sobressaltos.
"Uma grande empresa pode se aventurar no Haiti em busca de bons lucros sem se machucar", afirma Thomaz Zanotto, diretor-adjunto da Fiesp, que participou do fórum no Haiti. "Mas o setor de vestuário é formado por empresas menores, e elas não podem se dar ao luxo de errar."
A ideia defendida pela Fiesp é que o BNDES ou o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) entre como sócio nos projetos de investimento, e não apenas concedendo financiamentos. Esse modelo poderia oferecer um colchão para amortecer eventuais prejuízos. Um dos problemas é que, hoje, o BNDES não tem ainda um limite de crédito aberto para o Haiti.
"Nas conversas, assumi o compromisso de trazer pelo menos uma empresa brasileira para investir no Haiti, até o começo do ano que vem", disse Zanotto.
Domingos Mosca, coordenador da área internacional da Abit, associação que representa as indústrias têxtil e de vestuário, disse que o acesso preferencial do Haiti ao mercado americano é um atrativo interessante. Empresas brasileiras, como a Coteminas, se instalaram nos últimos anos nos Estados Unidos para ter acesso ao maior mercado de vestuário do mundo.
A mão de obra barata também atrai, sobretudo depois dos ganhos de renda recentes, que tornaram mais caro produzir no Brasil. No governo Lula, o Brasil se comprometeu a seguir os Estados Unidos e oferecer isenção de tarifas para produtos feitos no Haiti. Se aprovado esse projeto, o Haiti poderá ser uma alternativa para a indústria brasileira reduzir custos e competir com importações chinesas e de outras áreas com mão de obra barata.
Até recentemente, havia certo consenso em torno do projeto para isentar as importações de têxteis e vestuário do Haiti, inclusive entre empresários brasileiros do setor. Mas as negociações emperraram depois que o governo decidiu fazer um programa mais amplo, incluindo outros produtos produzidos por países de baixa renda. O Itamaraty está à frente das discussões sobre o tema.
Fora do setor de vestuário, uma das poucas empresas com negócios no Haiti é a empreiteira OAS, que constrói uma estrada no sul do país, num projeto de US$ 100 milhões financiado pelo governo do Canadá e pelo BID. (AR)
Fonte:|http://www.valor.com.br/impresso/america-latina/industrias-brasilei...
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Acredito que se o Brasil tivesse feito o acordo têxtil com os EUA, não haveria a necessidade de buscar o Haiti.
...o Haiti poderá ser uma alternativa para a indústria brasileira reduzir custos e competir com importações chinesas e de outras áreas com mão de obra barata. ... "A alternativa é produzir fora do nosso Pais ???"
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