Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

A alta carga tributária brasileira e o elevado custo de produção deixaram de ser as únicas preocupações do setor industrial. Com o dólar em baixa e o aumento das importações, o Brasil tem criado muitos postos de trabalho em outros países, como a China, o que tem provocado um processo de desindustrialização nacional.

Para chamar a atenção do governo federal sobre este novo fenômeno, que ameaça funcionários e patrões, as indústrias paranaenses decidiram aderir ao Grito de Alerta em Defesa da Produção e do Emprego, movimento nacional em que centrais sindicais e classe empresarial possuem uma mesma reivindicação.

Rafael Silva

Trabalhador em indústria de Arapongas; protestos vão mobilizar patrões e empregados em lutra contra a chamada ‘desindustrialização’

"O Brasil vive um momento em que se privilegiam os produtos importados em detrimento da indústria nacional. Estamos gerando empregos fora do País. Corremos o risco de abrir cada vez mais as nossas portas e de ficar ainda mais dependentes das exportações de commodities. Isto é um caminho indesejável, não só para a indústria, mas para todo o setor produtivo", considera o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo.

Em Maringá, onde participou ontem de encontro com empresários do setor sucroenergético, Campagnolo afirmou que as indústrias paranaenses vão paralisar as atividades no dia 3 de abril, por ao menos 30 minutos.
"Vamos fazer uma parada técnica em que empresários e trabalhadores vão para a frente das fábricas. Vamos manifestar que estamos preocupados e mostrar que não é só um movimento da indústria, mas que isto começou pelas centrais sindicais e pelas federações de trabalhadores", diz.

A grande preocupação é evitar o efeito que as importações provocaram em países da Europa e nos Estados Unidos, onde os índices de desemprego tem crescido. "Nestes países existem alguns setores produtivos que não fabricam mais nada", afirma.

Walter Fernandes/FIEP

O presidente da Fiep, Edson Campagnolo (segundo à esq.), em visita a usina de Jussara; setor bioenergético quer mais linhas de crédito

Campagnolo destaca que um de cada cinco produtos consumidos pelos brasileiros é importado, e se considerada a produção nacional, o índice de internacionalização é ainda maior. "Nestes quatro produtos que sobram, há uma grande incidência de importados que entram no produto nacional. Em setores como a indústria do vestuário, por exemplo, se importa de 30% a 40% das matérias-primas", aponta.

DEPENDÊNCIA


30%
É o porcentual de insumos
importados pelo mercado
brasileiro

O presidente da Fiep considera que a saída para evitar a desindustrialização ultrapassa o controle do câmbio e qualquer medida protetiva. "Precisamos acabar com esta dependência de interesses políticos e partidários e de eleições a cada 2 anos, o que é muito para o Brasil. O que precisamos sim é das reformas política, fiscal, tributária, previdenciária e de desoneração da folha de pagamento", avalia.

Fonte:|http://digital.odiario.com/zoom/noticia/555603/de-olho-nas-importac...

Exibições: 641

Responder esta

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço