As etiquetas inteligentes e sistemas de recolha de dados em tempo real deverão contribuir para otimizar os processos produtivos e tornar as empresas mais eficientes e sustentáveis.

«A responsabilidade deste Work Package é criar soluções inteligentes para a digitalização da indústria têxtil», explica Helena Alves, investigadora principal do INESC MN, que lidera esta área do Projeto Lusitano.

Entre as iniciativas em curso, destaca-se o desenvolvimento de etiquetas inteligentes que serão integradas nos processos de produção para recolher dados em tempo real. «As etiquetas são criadas para adquirir em tempo real informação de uma forma automática, digitalizada, com uma base de dados que inclui dados sobre os processos, sobre os químicos que são utilizados, sobre a energia e sobre toda a água que é utilizada», detalha a investigadora. A recolha destes dados não só permite uma melhor monitorização ambiental como oferece uma base para a otimização dos processos produtivos, com recurso a inteligência artificial.

A investigação que está a ser feita, contudo, não se limita à recolha de dados. O objetivo passa também por criar uma plataforma digital interligada que associe os dados recolhidos aos lotes de produção, facilitando o acesso à informação. «Estamos a criar uma base digital que possa associar digitalmente os lotes e que as empresas e os fornecedores consigam ter informação, quase em tempo real, sobre os produtos que estão a ser produzidos», indica.


Helena Alves

Os primeiros resultados são promissores. Já foram desenvolvidos alguns componentes das etiquetas em ambiente laboratorial e iniciados testes. «Iniciámos a produção à escala laboratorial de algumas das etiquetas e já foram, inclusivamente, testadas a nível industrial na empresa Riopele», revela Helena Alves.

As etiquetas testadas estão a demonstrar resistência aos processos industriais típicos destas empresas, o que abre caminho para a próxima fase do projeto: a integração de chips de memória nas etiquetas, permitindo a recolha de dados diretamente nos componentes. «Estamos a passar para uma fase em que temos de incluir um chip de memória para coletar os dados, para então termos a etiqueta completa», avança. Em paralelo, está em curso a criação de um sistema de inteligência de base de dados para gerir e analisar a informação recolhida.

Há, contudo, etapas cruciais que têm ainda de ser ultrapassadas. «Falta implementar a etiqueta completa com o chip incluído, testar a robustez da solução ao nível industrial nas empresas que nos acompanham – a Paulo de Oliveira e a Riopele. Fazer, no fundo, a demonstração à escala industrial e também implementar um sistema de monitorização nestas empresas», afirma a investigadora.

Esse sistema de monitorização permitirá uma gestão contínua e eficiente dos recursos, nomeadamente energia e água, além de garantir maior rastreabilidade dos produtos. Ao mesmo tempo, criará condições para uma relação mais transparente e dinâmica entre todos os intervenientes da cadeia de valor. «Ao criar essa digitalização de todos os dados, é possível não só as empresas terem melhor conhecimento dos seus processos, mas também os clientes e fornecedores poderem acompanhar e saber em tempo real os produtos que são necessários e quanto tempo é que irá faltar para poderem terminar e receberem os seus produtos», sublinha Helena Alves.

https://portugaltextil.com/inesc-mn-cria-solucoes-inteligentes/

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