Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

De acordo com o IPCA, o ano de 2022 fechou com a maior alta desde 1995, correspondendo ao segundo ano seguido de estouro da meta de inflação.

Inflação no setor têxtil afeta varejistas do Rudge Ramos
Alta no setor ocorreu pela influência de conflitos geopolíticos e pouca produção de materiais de fabricação; cenário é desfavorável.

ISABELLA RODRIGUES

A elevação no preço de roupas e tecidos no Brasil é motivo de preocupação para consumidores e vendedores desde o ano de 2020, com o início do período pandêmico. Somente no ano passado, os preços subiram 18,02%, consequência direta do estouro da meta de inflação no país, estipulada em 3,5%, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingindo aproximadamente 6% ao final de 2022. Assim como as lojas de departamento de todo o país, o comércio do bairro Rudge Ramos, em São Bernardo, também sofreu o impacto e teve de aumentar o preço das roupas para compensar a inflação atual.

Helena Santos de Silva, 51, é vendedora de roupas no bairro desde 2019 e conta que sofreu grandes dificuldades para manter o preço perto do que seus clientes estavam acostumados. “Olha, por aqui, nos últimos anos, depois de tudo que aconteceu com a pandemia, agora com essa troca de governo e a própria inflação, eu tive de ajustar o preço das minhas roupas algumas vezes sim. Teve meses que eu tentava deixar o preço daqui mais perto do que era antes da pandemia e eu quase não tinha lucro.”

Ela também relata que, independentemente de sua relutância em aumentar os preços, a própria margem de lucros nas revendas variou bastante e esse foi um dos maiores motivos para a mudança. “Antes, se eu comprasse por R$ 20, R$ 30, revendia por R$ 40 a R$ 60 dependendo. da roupa. Hoje em dia, gerar esse lucro sem aumentar os preços é muito mais difícil. Nós nunca queremos aumentar os preços, porque, querendo ou não, a gente que tem lojinha de bairro, tem uma clientela fixa. O cliente conhece e confia na gente. Eu tentei, mas não teve jeito.”

A vendedora Cláudia Machado Moretto, 45, abriu sua loja no Rudge Ramos na parte de baixo da sua casa, no final de 2021, com a intenção de gerar um pouco de renda após seu marido perder o emprego durante a pandemia, mas assim como Helena, também teve de redefinir sua primeira ideia de preços por conta da alta no mercado. “Nos primeiros meses da loja, nós tínhamos a intenção de deixar as roupas bem mais em conta, nós até tentamos seguir com o que estipulamos no começo, mas após o primeiro semestre com lucros bem lá em baixo ficou bem claro que, de uma forma ou de outra, os preços teriam de subir. Ou era isso, ou a loja não traria nada para a gente.”

CENÁRIO

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Indústrias Têxtil, Fernando Pimentel, a inflação no setor está relacionada com as consequências trazidas pela pandemia, com a carência de matéria prima e os mais recentes conflitos geopolíticos no globo. De acordo com o IPCA, este cenário impulsionou os preços em 18,02% em um ano. A alta é maior entre as roupas femininas e masculinas de adultos, correspondendo à elevação de 20% em 2022. As roupas infantis, calçados e acessórios também subiram, atingindo alta entre 14% e 16%.

O economista Sandro Maskio concorda que o cenário inflacionário brasileiro é desvantajoso no geral, com o setor de vendas sendo um dos grupos econômicos que eleva a inflação, assim como o setor alimentício e de combustíveis. “O item dos vestuários vem pressionado a inflação para cima. Este setor também sofreu uma elevação de custos bastante forte no mercado internacional, e como o Brasil de uns tempos para cá se tornou um grande importador, as consequências para o setor de vendas são imediatas. Isso prejudica o consumidor, que já vinha tendo seu poder de compra desestimulado.”

O especialista também diz que a inflação no setor prejudica igualmente os varejistas no país que, pressionados a elevar os preços, encontram poucas formas de contornar o problema sem afetar significativamente os lucros. “Quando vemos essa alta tão grande nos preços das roupas a gente percebe que há uma quebra na parceria dos lojistas com a clientela. Com isso, se dá a necessidade de buscar por novas estratégias, formas de amenizar os custos ou até mesmo novas propostas de venda (cashback, compre um leve outro, grandes promoções etc) para reconquistar pelo menos 50% desse público que se foi por não ter mais conforto de renda para esses gastos”, afirma Maskio.

O especialista conclui que o atual cenário, ainda que desfavorável, pode trazer mudanças positivas para o mercado ao estimular o setor da produção interna como solução para contornar a alta dos preços. No geral, a inflação oficial do país encerrou 2022 acima da meta estabelecida pelo Banco Central (3,5%) que contava com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, um total de 2% a 5%.

CENÁRIO

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Indústrias Têxtil, Fernando Pimentel, a inflação no setor está relacionada com as consequências trazidas pela pandemia, com a carência de matéria prima e os mais recentes conflitos geopolíticos no globo. De acordo com o IPCA, este cenário impulsionou os preços em 18,02% em um ano. A alta é maior entre as roupas femininas e masculinas de adultos, correspondendo à elevação de 20% em 2022. As roupas infantis, calçados e acessórios também subiram, atingindo alta entre 14% e 16%.

O economista Sandro Maskio concorda que o cenário inflacionário brasileiro é desvantajoso no geral, com o setor de vendas sendo um dos grupos econômicos que eleva a inflação, assim como o setor alimentício e de combustíveis. “O item dos vestuários vem pressionado a inflação para cima. Este setor também sofreu uma elevação de custos bastante forte no mercado internacional, e como o Brasil de uns tempos para cá se tornou um grande importador, as consequências para o setor de vendas são imediatas. Isso prejudica o consumidor, que já vinha tendo seu poder de compra desestimulado.”

O especialista também diz que a inflação no setor prejudica igualmente os varejistas no país que, pressionados a elevar os preços, encontram poucas formas de contornar o problema sem afetar significativamente os lucros. “Quando vemos essa alta tão grande nos preços das roupas a gente percebe que há uma quebra na parceria dos lojistas com a clientela. Com isso, se dá a necessidade de buscar por novas estratégias, formas de amenizar os custos ou até mesmo novas propostas de venda (cashback, compre um leve outro, grandes promoções etc) para reconquistar pelo menos 50% desse público que se foi por não ter mais conforto de renda para esses gastos”, afirma Maskio.

O especialista conclui que o atual cenário, ainda que desfavorável, pode trazer mudanças positivas para o mercado ao estimular o setor da produção interna como solução para contornar a alta dos preços. No geral, a inflação oficial do país encerrou 2022 acima da meta estabelecida pelo Banco Central (3,5%) que contava com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, um total de 2% a 5%.

ISABELLA RODRIGUES

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