Como você gostaria de ser percebido no ambiente profissional? Que competências gostaria que fossem citadas quando seu líder falasse sobre você? Estas são questões centrais antes de começar a questionar o dresscode (código de vestimenta) de sua empresa, de sua área ou mesmo de sua profissão, caso atue de forma autônoma."Vista-se de qualquer jeito, os outros lembrarão do vestido. Vista-se impecavelmente, eles lembrarão da mulher" (Coco Chanel) - Foto: DR
Você não vai querer gerar dissonância cognitiva, ou seja, frustrar a expectativa que o seu interlocutor - seja ele seu cliente, seu líder ou o mercado em geral - tem em relação a você e criar uma barreira na sua carreira já na primeira impressão, vai?
A informalidade está cada vez mais presente no ambiente corporativo. Relações mais próximas, comunicação mais aberta e frequente. Até mesmo empresas vistas como tradicionais, que foram consideradas formais no passado, têm quebrado barreiras neste sentido. Hoje se fala muito mais em exercer influência e liderar pelo exemplo do que em poder da hierarquia e autoridade do crachá. As organizações precisaram mudar em um tempo no qual é preciso horizontalizar, fazer mais com menos e ganhar agilidade.
Do ponto de vista de imagem, quem um dia imaginou ver bancos abolirem a exigência do terno e gravata do dresscode? E o debate sobre a liberação das bermudas no verão tomando conta das redes sociais? E não era apenas para agências de publicidade e empresas pontocom! Sim, as mudanças no modelo organizacional chegaram e impactaram o comportamento e o modo de vestir, como consequência, também a forma de se comunicar e de como se portar.
Isso não significa que de uma hora para outra será possível adotar chinelos e bermudas para trabalhar.
Existem limites (ainda que subliminares)e você, com mais informação, poderá usá-los a seu favor. Entender o contexto, o interlocutor e conhecer suas expectativas são fatores que ajudam no momento da escolha de elementos relacionados a imagem como roupas, cores, acessórios, corte de cabelo, etc. de maneira mais estratégica, gerando proximidade, empatia e aumentando, consequentemente, seu poder de influência.
Existem ainda símbolos associados à autoridade, como a simbologia do poder e credibilidade com o uso de terno e gravata em tons escuros, acessórios nobres, tecnologia de ponta, até mesmo o tom grisalho dos cabelos dos executivos, assim como existem símbolos associados à criatividade, espontaneidade, dinamismo e tantas outras competências. Gerenciar estrategicamente a imagem e construir uma boa reputação significa fazer escolhas conscientes destes elementos. É possível ainda ir além.
Pergunte-se: quais são os atributos da marca da sua empresa? Ela é mais ou menos formal? Como ela quer ser percebida pelos clientes? Respondendo à estas questões, eis os pontos em que o dresscode pode ajudar. Quando bem elaborada, a forma de se vestir poderá servir como um guia completo de imagem, com orientações específicas, alinhadas ao DNA da empresa e que não será resumida a uma lista de peças de roupas certas e erradas.
Por isso, vale estudar, compreender e questionar, visando saber o que exatamente a empresa espera de você como profissional e depois é seguir em frente com suas decisões, que poderão aumentar significativamente as chances de uma ascensão profissional. Seja criterioso!
E se a sua empresa não tem dresscode você vai precisar encontrar o seu próprio caminho neste terreno de imagem profissional. Vale começar observando a missão, valores e diferenciais competitivos da empresa em que atua, seu público-alvo, quem é o cliente e qual o nível de formalidade das relações com este público. Analise também a alta liderança: como ela se comporta, se veste, se comunica?
Com estas informações em mãos e com a pesquisa certa, todas as ferramentas estarão à disposição para alinhar sua imagem e diferenciais e ainda, estar em concordância com a imagem visual que a marca de sua empresa representa.
*Fernanda Mendonça, Consultora da Atitude Positiva, Coach e Especialista em Imagem e Personal Branding
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