Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Palestras foram apresentadas durante a Fenafashion.

Como inovar na indústria têxtil, e o exemplo prático do incentivo à inovação que tem sido feito em Santa Catarina foram os temas debatidos nessa quinta-feira em Criciúma (SC), durante o terceiro dia de Fenafashion. A primeira palestra, Inovação na indústria têxtil, foi apresentada por Fábio Dutra, consultor do Senai de Blumenau (SC), que incentivou os participantes a terem novas ideias e trouxe exemplos práticos de como elas podem ser tiradas do papel.

Fábio explica que para inovar é preciso olhar para frente, tentar imaginar como o Brasil vai estar daqui 20 anos. Apesar de não ser uma tarefa fácil, o especialista diz que é preciso ficar atento aos movimentos sociais e até olhar para trás, vendo, por exemplo, as mudanças que ocorreram com os equipamentos de informática. Há quatro tipos de inovação: de produto, de processos, de marketing – um caso muito famoso é o das Havaianas – e organizacional – um bom exemplo é o formato do Google.

Especificamente para a indústria têxtil, ele cita uma pesquisa recente que afirma que a concorrência por preço está acabando no Brasil. Foram comparados produtos nacionais e importados similares e ficou comprovado que eles têm preço igual, sendo que muitas vezes o nacional é até mais barato. Infelizmente, produtos de outros países ainda vendem mais pelo valor agregado, seja um design diferenciado ou alguma outra característica inovadora. “Hoje os varejistas no Brasil não sabem vender conceito, em geral eles querem só preço. Por isso muitas indústrias foram para o varejo, porque querem passar todo o valor de seus produtos, como é o caso da Dudalina e da Hering”, explica. Para ele, um bom exemplo de “reinvenção” são as empresas calçadistas do Rio Grande do Sul. Frente à concorrência com a China, as indústrias souberam agregar valor e fortalecer o produto nacional.

A inovação está intimamente ligada à geração de novas ideias e ao compartilhamento delas. Por isso, Fábio acredita ser essencial que as empresas tenham gestão de conhecimento: “Caso contrário, o conhecimento vai junto com as pessoas quando elas saem da empresa. É preciso compartilhar para não deixar a ideia se perder. É necessário criar uma cultura inovadora”.

Santa Catarina Moda Contemporânea

Há oito anos, jovens empresários do setor têxtil de Santa Catarina viram que precisavam posicionar o Estado de forma diferente, já que havia uma perda de mercado, principalmente entre os consumidores jovens. Assim nasceu o Santa Catarina Moda Contemporânea, que tem como missão antecipar e compartilhar tendências e comportamento de consumo para a indústria catarinense. “Santa Catarina é o segundo estado que mais forma estudantes de moda, só fica atrás de São Paulo, mas nunca teve nenhum estilista de renome nacional”, explica Amélia Malheiros, gerente de comunicação institucional da Cia Hering e integrante da atual diretoria do SCMC. Ela diz que a inquietação desses empresários gerou o projeto.

Dentro do SCMC, há iniciativas que visam a esse aprimoramento da indústria e das escolas do estado. Durante um ano, alunos vão para dentro das empresas e criam uma coleção conceitual com o tema “Resort”, que, na visão dos empresários, resume bem o que Santa Catarina pode oferecer a seus visitantes. Além desse, há outros projetos, como o Experience, no qual companhias abrem suas portas para outros grupos para mostrar como é seu modelo de gestão. “É claro que não são revelados dados estratégicos, mas de forma geral a generosidade é grande entre os empresários”, diz Amélia. O Thinking é feito aos fins de semana, e é um momento informal de integração. No VIC (Very Important Company), grupos viajam para conhecer cases de sucesso. Os empresários já foram, por exemplo, para Portland, nos Estados Unidos, conhecer a Nike. Dentro da iniciativa, também há especializações, palestras e treinamentos.

O principal foco do projeto, segundo Amélia, é a inteligência compartilhada e a valorização de atitudes que se tornarão imprescindíveis para a indústria. Ela cita como exemplo a sustentabilidade que, agora, deve ser entendida num pensamento amplo e lucrativo: “Ser sustentável não é abraçar árvores, é ter equilíbrio entre o social, o ambiental e o econômico. Geração de riqueza não é unilateral. Valorizar seus funcionários também é ser sustentável. Cabe ao empresário ser ativo na sociedade em que atua. Isso é geração de riqueza e sustentabilidade”.

Fotos: UseFashion

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