Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Em vez de teares e máquinas de costura, Susana Marques está a usar impressoras 3D para fazer têxteis e vestuário com materiais flexíveis. O processo reduz o desperdício, mas é ainda dispendioso.

[©Susana Marques]

A investigadora, que está a terminar o seu doutoramento na Universidade da Beira Interior, começou o projeto Sarque há seis anos, tendo igualmente focado a sua atenção na impressão 3D durante o seu mestrado na mesma instituição de ensino.

«O meu objetivo é tornar a impressão 3D comercial e usável e torná-la mais acessível ao público comum. Um dos maiores problemas que se enfrenta é a rigidez de materiais – quero debruçar-me sobre esse assunto», afirmou, ao Portugal Têxtil, em 2018.

«A sustentabilidade precisa de ser um caminho e nós precisamos de novas soluções. Então comecei a aprofundar os meus conhecimentos sobre tecidos e malhas na impressão 3D. A minha questão foi: e se eu juntar aquilo que aprendemos sobre os tecidos e transportar para a impressão 3D? Quero criar roupa impressa que seja vestível», explicou na altura.


[©Susana Marques]

O projeto evoluiu e, segundo indicou Susana Marques à Lusa, hoje «estou bastante à frente daquilo que há no mercado, porque, de tudo o que encontrei, não existe, por exemplo, quem faça teia, trama, em impressoras 3D. A interação do tecido com teia, com trama, com fios que deslizem, com estas espessuras, com este nível de flexibilidade».

As amostras iniciais eram essencialmente não-tecidos. A investigação sobre as fibras e as estruturas dos tecidos e os testes realizados em diferentes categorias de impressoras permitiram chegar a materiais inovadores e a produtos que, acredita, poderão ser comercializados no futuro, uma vez que conseguiu criar têxteis «com espessuras iguais aos que se usam no quotidiano, com muitas das mesmas características, com fio de teia e trama, só que concebidos numa impressora 3D».

Segundo a investigadora, que em novembro irá participar, como oradora, na Formnext, na Alemanha, uma feira dedicada à impressão 3D, «em vez de termos fiação, tecelagem, corte, confeção da peça, reduzimos tudo isso a preparar um ficheiro digital e enviar para uma impressora».

Além de o processo «minimizar a intervenção manual», o processo é também mais sustentável, reduzindo o desperdício.

No entanto, sublinha Susana Marques à Lusa, tendo em conta o tempo de produção e os custos, que ainda são elevados, «a introdução no mercado será gradual», podendo começar a ser incorporada no mercado de luxo e em desfiles de moda de autor, como «fator de inovação e distinção», podendo depois disseminar-se com impressoras industriais.


Susana Marques

Sendo «algo novo, haverá alguma resistência» à tecnologia, acredita, mas a investigadora prevê que possa começar a ser utilizada em alguns procedimentos e, depois de ultrapassada a estranheza, os moldes começarão a ser substituídos por impressões, até se chegar à produção de peças completas.

«Se queremos alcançar a competitividade, acho que Portugal só o consegue através da inovação», resume Susana Marques à Lusa.

Ao Portugal Têxtil, Susana Marques tinha já sublinhado que «a implementação da impressão 3D só será maior quando as soluções forem mais viáveis e para isso precisamos de muita gente a trabalhar no assunto».

https://portugaltextil.com/investigadora-portuguesa-imprime-texteis...

Para participar de nossa Rede Têxtil e do Vestuário - CLIQUE AQUI

Exibições: 33

Responder esta

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço