Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Uma equipa de engenharia ambiental da Universidade da Califórnia Riverside (UCR) descobriu uma espécie bacteriana que pode destruir certos tipos de produtos químicos eternos, frequentemente encontrados em vestuário de exterior e calçado.

Yujie Men [©UCR-Stan Lim]

As substâncias perfluoroalquílicas e polifluoroalquílicas (PFAS), conhecidas também como produtos químicos eternos, têm ligações químicas de carbono-flúor que são difíceis de quebrar, contribuindo para sua propensão a permanecer quando libertadas no meio ambiente. Os PFAS contaminaram fontes de água em todo o mundo, colocando em risco a ecologia e as comunidades vizinhas.

Mas os investigadores podem ter acertado na chave para desmantelar os PFAS. Microrganismos pertencentes ao género Acetobacterium, que são habitualmente encontrados em ambientes de águas residuais, podem cortar as ligações entre carbono e flúor e desmontar as estruturas químicas, relatou a equipa esta semana no jornal Science Advances.

«Esta é a primeira descoberta de uma bactéria que pode fazer desfluoração redutiva de estruturas PFAS», destaca Yujie Men, professora associada do Departamento de Engenharia Química e Ambiental da Bourns College of Engineering da UCR.

A investigadora, que é uma das autoras do estudo, enfatizou que as bactérias só foram consideradas eficazes em compostos PFAS insaturados, que apresentam ligações duplas carbono-carbono nas suas estruturas químicas. Mas a equipa de investigação também identificou as enzimas específicas (proteínas que catalisam reações bioquímicas) dentro das bactérias que facilitam a separação das ligações carbono-flúor. Essa descoberta essencial pode permitir que os bioengenheiros melhorem as enzimas ao longo do tempo para que demonstrem eficácia noutros compostos PFAS.

«Se pudermos entender o mecanismo, talvez possamos encontrar enzimas semelhantes com base nas características moleculares identificadas e selecionar as mais eficazes», indica Yujie Men. «Além disso, se pudermos projetar alguma nova enzima ou alterar esta enzima conhecida com base na compreensão do mecanismo, podemos torná-la mais eficiente e trabalhar com uma gama mais ampla de moléculas de PFAS», acrescenta.

A pesquisa do grupo baseia-se num artigo que Yujie Men escreveu em 2023, no qual identificou outros microrganismos com a capacidade de clivar a ligação carbono-cloro em compostos PFAS clorados. Esta nova descoberta aumenta significativamente os tipos de PFAS que podem ser destruídos usando medidas biológicas.

O uso de bactérias para destruir compostos PFAS é eficaz e eficiente em termos económicos, segundo a investigação. Os microrganismos podem quebrar os compostos antes que a água chegue aos poços, num processo que envolve injetá-los em águas subterrâneas com nutrientes para aumentar a sua proliferação, em vez de tratar a água depois por meios industriais.

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