Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Uma equipa da Universidade de Auburn, nos EUA, criou uma malha que, graças à sua estrutura, consegue evitar picadas de mosquito. Os protótipos finais foram testados em dois tipos deste inseto, com resultados promissores não só para a proteção, mas também para o conforto do utilizador.

John Beckmann [©Auburn University]

John Beckmann, professor assistente no Departamento de Entomologia e Patologia de Plantas da Faculdade de Agricultura da Universidade de Auburn, começou a investigação há cerca de três anos, depois de ele próprio ser constantemente vítima de picadas de mosquitos.

«As pessoas dizem muitas vezes para usar mangas compridas. Mas as mangas compridas não travam os mosquitos. Há também várias empresas que alegam que os seus tecidos resistem às picadas, mas testámo-los e na verdade não resistem. Nunca resolveram o problema dos espaços [entre fios] na produção dos tecidos, que permitem que os mosquitos penetrem nos mesmos», afirmou John Beckmann no ano passado, quando recebeu uma bolsa de 868 mil dólares (cerca de 814 mil euros) do Estado do Alabama para prosseguir a investigação.

A ideia era ter um têxtil capaz de evitar picadas de insetos, mas que conseguisse, ao mesmo tempo, manter o utilizador fresco num ambiente quente ou húmido. John Beckmann e a sua equipa passaram um ano a trabalhar no conceito, tendo chegado a uma malha de teia que, devido à sua estrutura, não deixa passar a probóscide (a tromba dos insetos).

No estudo agora pré-publicado, os investigadores explicam ter usado um tear de malha retilínea com tecnologia CNC (Controlo Numérico Computorizado) que permite uma produção precisa, e, através de diferentes estruturas, fechar os espaços entre as laçadas.

Três variações

Uma malha interlock mostrou ser eficaz a evitar picadas de inseto, mas os investigadores descobriram «três outros parâmetros» para melhorar a eficácia das malhas nesta situação: um aumento do diâmetro do fio converteu um jersey simples numa malha que bloqueia mosquitos; um aumento do conteúdo de elastano em malha jersey-skip fez o mesmo; e uma redução do comprimento da laçada permitiu que uma malha interlock fosse mais eficaz.


[©Auburn University]

O passo seguinte foi testar o conforto, o que foi feito através de uma série de experiências tendo em conta indicadores como a elasticidade, toque, fricção com outros têxteis e rigidez, com resultados que variaram, sendo que o jersey-skip com elastano, que foi produzido numa mistura de elastano/poliéster/algodão, teve uma avaliação mais positiva.

«Mostramos que podem ser produzidos têxteis confortáveis para bloquear picadas de mosquitos. Evitar as picadas muitas vezes é feito à custa do conforto, mas não é necessário. As nossas descobertas permitem aos indivíduos protegerem-se de doenças em climas quentes. O processo de produção de vestuário reduz a utilização de mão de obra e não impacta negativamente o ambiente», escrevem os investigadores, que sugerem que este tipo de malha pode ser usado apenas nas partes da peça de vestuário que cobrem os locais preferenciais do corpo humano para as picadas de mosquito. «O vestuário pode também ter padrões com cores que são menos atrativas para os mosquitos, como o branco», concluem.

Uma investigação semelhante foi já levada a cabo na Faculdade de Têxteis da Universidade da Carolina do Norte e apresentada na 8.ª Conferência Europeia de Vestuário de Proteção, que decorreu entre 7 e 9 de maio de 2018 no Porto.

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