Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Investigadores usam algas para purificar efluentes têxteis

Uma equipa da Universidade de Duisburg-Essen, na Alemanha, desenvolveu um processo de purificação de água com algas que pode ser usado para remover poluentes químicos da indústria têxtil.

[©Freepik]

O novo método utiliza os restos fossilizados de diatomáceas, um tipo de alga, modificados quimicamente para remover contaminantes de forma eficiente. Segundo os investigadores, os rios da Europa contêm mais de 500 substâncias químicas provenientes de atividades industriais e agrícolas, colocando em risco os ecossistemas aquáticos.

O grupo de investigação, liderado pela professora auxiliar Anzhela Galstyan, tem como objetivo eliminar estas substâncias nocivas utilizando algas. «As diatomáceas são organismos unicelulares microscópicos que vivem na água e possuem uma parede celular composta por sílica (dióxido de silício). Graças à sua estrutura porosa, conseguem absorver uma grande variedade de poluentes», explica Anzhela Galstyan.

No estudo, os investigadores testaram as cascas de diatomáceas em dois poluentes frequentemente encontrados em rios e lençóis freáticos devido à indústria têxtil: azul de metileno e laranja de metilo. Para melhorar a capacidade de absorção, a terra de diatomáceas foi modificada quimicamente com grupos funcionais específicos. «Isto poderia ser facilmente implementado à escala industrial», sublinha a professora auxiliar, especialista em nanomateriais para sistemas aquáticos.


[©UDE-AG Phykologie/CCAC]

Os testes em laboratório foram realizados sob diferentes condições, incluindo variações de concentração salina e pH. Os resultados, apontam os investigadores, são promissores: independentemente das condições, o material demonstrou elevada eficiência na remoção de poluentes. Para comparação, os cientistas analisaram também a sílica, um material já utilizado na purificação de água. A terra de diatomáceas obteve um desempenho significativamente superior: em apenas uma hora, foi capaz de remover até 100% do azul de metileno, enquanto a sílica conseguiu eliminar apenas 88% no mesmo período. No caso do laranja de metilo, ambos os materiais absorveram cerca de 70% do poluente.

«Consideramos a terra de diatomáceas uma solução ecológica e economicamente viável para o tratamento de águas», afirma Anzhela Galstyan. A grande vantagem deste material é que as algas são um recurso renovável, podendo ser cultivadas com um consumo mínimo de energia – ao contrário do carvão ativado, um dos materiais filtrantes mais comuns.

Atualmente, os investigadores estão a estudar a aplicação da terra de diatomáceas em membranas de purificação de água.

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