Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Portugal 2020 já apoiou cerca de 640 milhões de euros em mais de 900 projetos. Faturação por trabalhador aumentou 50% nas empresas desde 2009. Feira do setor em Paris elege Portugal como exemplo na manufatura.

Mais de 900 projetos apoiados no âmbito do Portugal 2020, num total de quase 640 milhões de euros de investimento, significam o acelerar do investimento do setor têxtil em apenas quatro anos (desde 2014) e são sinónimo do renascimento da indústria portuguesa. Desde o final da crise financeira internacional de 2009, a faturação por trabalhador aumentou 50% nas empresas portuguesas, que se apresentou, esta semana, em Paris, como país de mérito na manufatura.

"Há 30 anos, o setor estava condenado em Portugal e na Europa", recordou o secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão, Nelson de Sousa, ontem, na visita à feira Première Vision. "Afinal, 85% desta feira esta preenchida pela indústria europeia, que não desapareceu e hoje comporta setores de valor acrescentado, dirigido a segmentos médios e médio altos, e temos perto de 70 empresas portuguesas que conseguem concorrer nesta primeira divisão", acrescentou o governante.

O milagre do têxtil não se fez sem traumas nem sem investimento, que tem acelerado após o susto da crise internacional, que encolheu 15% as exportações num só ano. "Todas perceberam que tinham de internacionalizar-se, fazer bem e de forma criativa e que, para isso, é preciso investir nas empresas, com equipamentos de ponta e recursos humanos qualificados", completou Nelson de Sousa. Só nos últimos quatro anos, os projetos de investimento quase duplicaram face aos apresentados no QREN (2007-2013) e o valor dos investimentos aumentou 64%, para perto de 640 milhões de euros.

Além de investir mais, o setor também aprendeu a lição da diversificação de mercados. No ano passado, as exportações de têxteis e vestuário seguiram para 194 mercados, tendo aumentado em valor 33% face a 2009. A crise da troika não conseguiu abalar o setor onde Portugal conquistou a confiança dos mercados externos. "Somos especialistas em series curtas, com elevada incorporação de tecnologia e somos capazes de fazer entregas muito rápidas", resumiu Eurico Brilhante, secretário de Estado da Internacionalização, que também visitou o certame francês. Portugal é o pais convidado para estar em foco no setor da manufatura, uma distinção que o diretor geral do Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário (CITEVE) não considera desprestigiante mesmo se o país tem vindo a crescer em têxteis técnicos (30% das exportações).

"Na moda, o "private label" [fabrico para outras marcas] é muito importante, somos bons e devemos promover isso. Seria um erro cortar com o "private label" para investir apenas na marca própria porque não iria compensar. E veja-se o caso do setor automóvel, onde tudo o que produzimos é "private label" e ninguém tem problemas com isso", resumiu Braz Costa, para quem o desafio esta agora na imagem de produção sustentável, não só a nível de produto, mas de toda a cadeia desde fornecedores a administração. "É um requisito dos mercados mais exigentes e não há como voltar atrás", reconheceu. Portugal afastou de vez a imagem das fábricas têxteis onde o trabalho barato era a regra, mas "enquanto houver empresas do setor a pagar salário mínimo" não estaremos no patamar ideal. "A faturação por trabalhador aumentou 50% desde 2009", revelou o diretor do CITEVE. "O problema eh que os compradores querem o melhor produto, nas melhores condições e ao melhor preço. É muito difícil equilibrar essa sustentabilidade com a concorrência de países onde ainda se paga 25 dólares por mês", resumiu.

Mais de 50 mil pessoas terão visitado a edição de 2018 da Première Vision Paris, um dos maiores e mais antigos certames do setor, cujas origens remontam a 1973 e, atualmente, reúne cerca de dois mil expositores de todo o Mundo. O projeto de internacionalização "From Portugal", desenvolvido pela Selectiva Moda e a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, que preveem investimento superior a 12 milhões de euros, apoiado pelo Portugal 2020, patrocinou a presença de 45 das cerca de 70 empresas portuguesas em Paris.

https://www.jn.pt/economia/interior/investimento-no-textil-duplicou...

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