Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Juros altos prejudicam duplamente a sociedade, afirma presidente da Abit

Fernando Valente Pimentel, presidente da Abit, salienta ser preocupante a confirmação, na ata da última reunião do Copom, divulgada no dia 15 de fevereiro, de que o ciclo de corte da Selic iniciado em 2016 será interrompido. “Os juros altos vigentes no Brasil causam duplo prejuízo à sociedade: reduzem investimentos do Estado em áreas prioritárias; e diminuem competitividade das empresas e endividam as famílias”.

Pimentel salienta que a decisão do Copom de reduzir a Selic para 6,75%, menor taxa desde 1999, quando foi implantado o regime de metas da inflação, é positiva, mas mantém os juros brasileiros entre os mais elevados do mundo. Além disso, a paulatina redução pela 11ª vez ainda não produziu impactos positivos relevantes na economia e na vida de pessoas e empresas, a começar pelo fato de os bancos não terem ajustado proporcionalmente suas taxas.

Os efeitos da Selic elevada foram muito nocivos em 2017, quando o setor público pagou R$ 400,8 bilhões em juros (União, R$ 341 bilhões; estados e municípios, R$ 59,9 bilhões) e as empresas e famílias, R$ 789,9 bilhões, quase o dobro. “A taxa média de juros reais foi de 25,6%, um absurdo para quem precisou de crédito para investir, constituir capital de giro, adquirir algum bem ou qualquer outra finalidade”, pondera o presidente da Abit.

O dirigente classista explica que a Selic elevada apena duplamente a sociedade: de um lado, onerando demasiadamente o “preço” do dinheiro. Este fator reflete-se, por exemplo, na perda de competitividade das empresas perante a concorrência internacional e no alto grau de endividamento das famílias; e, de outro, consumindo recursos orçamentários do setor público, em detrimento de áreas prioritárias.

Pimentel cita como exemplo dos danos sociais provocados por essa distorção as áreas da saúde e da educação, cujas verbas caíram 3,1% em 2017, em relação ao ano anterior, segundo levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), feito com base em dados do Tesouro. Na saúde, o gasto efetivo foi de R$ 107,2 bilhões, quando o piso estabelecido era de R$ 109 bilhões. No ensino, R$ 84,04 bilhões, ante R$ 84,19 bilhões em 2016.

A soma das duas áreas (R$ 193,19 bilhões) é menos da metade dos R$ 400,8 bilhões pagos em juros. “Deixa-se de investir em assistência médico-hospitalar e na melhoria do ensino público, na esteira de uma política monetária que também não cura uma das mais graves doenças de nossa economia, o rombo fiscal do governo”, pondera Pimentel.

O presidente da Abit diz esperar que o Copom, responsavelmente, mantenha o fluxo de queda dos juros e que os bancos, mais do que vêm fazendo, reduzam efetivamente suas taxas. “O cenário é propício para quedas mais acentuadas da Selic, pois a inflação segue em baixa, não há grande pressão da demanda e a economia precisa crescer em ritmo e percentuais mais expressivos. Há razões de sobra para dar segurança à queda dos juros, o que será ainda mais plausível se as reformas da previdência, em curso, e tributária forem realizadas e o setor público equacionar a questão fiscal”.   

http://www.abit.org.br/noticias/juros-altos-prejudicam-duplamente-a...

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Salve, Fernando Pimentel!

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