Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

 
Eduardo Zappia/Valor/Eduardo Zappia/ValorRauh Neto, presidente da companhia: jogos de lençol têm maior valor agregado

A fabricante de itens de cama, mesa e banho Karsten, com sede em Blumenau, acaba de investir R$ 6 milhões para ampliar a capacidade de produção de jogos de lençóis. Hoje, a linha de roupas de cama representa 15% do faturamento da companhia e a expectativa é dobrar essa participação até 2014, segundo o presidente da Karsten, Alvin Rauh Neto. Ele acredita que essa é uma das linhas de negócio com maior capacidade de crescimento nos próximos anos.

A Karsten atua com lençóis há apenas seis anos, apesar dos 129 anos de atividades completados em 2011. Segundo Rauh Neto, o novo investimento vai permitir à empresa verticalizar a fabricação de lençóis - o processo de acabamento, antes terceirizado, passará a ser feito pela companhia. Os novos equipamentos devem entrar em operação no início de outubro.

O mercado de roupas de cama é hoje superior ao de toalhas de banho e outros felpudos, no qual a Karsten garante 60% do seu faturamento, diz o executivo. Os jogos de lençol têm maior valor agregado e nesse segmento a empresa ainda tem uma presença menor do que no de felpudos.

O investimento total da empresa chegará a R$ 12 milhões este ano, contabilizando melhorias e atualização de tecnologia nos seus três parques fabris.

No primeiro semestre, as receitas da Karsten tiveram um ligeiro crescimento, de 2%, atingindo R$ 165,5 milhões. O período, no entanto, trouxe prejuízo de R$ 24 milhões. O presidente da companhia diz que o preço do algodão, que representa 30% do custo do produto e chegou a dobrar de valor em relação ao primeiro semestre de 2010, teve forte impacto sobre o resultado. A dificuldade em repassar o aumento dos custos e um movimento de desaceleração do consumo levaram a companhia a conceder férias coletivas de 15 dias para 70% dos trabalhadores de Blumenau em junho. A Karsten mantém também fábricas no Ceará e em São Paulo, esta adquirida da Trussardi no começo do ano passado.

"Conseguimos repassar uma parte do aumento dos preços do algodão. A outra parte foi absorvida pelo resultado", disse o presidente. Além disso, o mercado brasileiro vive uma invasão de produtos importados no setor têxtil, que disputam espaço com itens de fabricação nacional. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), o setor fechou o primeiro semestre com déficit de US$ 2,3 bilhões na balança comercial, um avanço de 43,2% frente a igual período do ano passado. O real valorizado também provoca queda nas exportações das indústrias brasileiras, que direcionam uma oferta maior de produtos para o mercado interno, aumentando a competição pelo consumidor.

Segundo Rauh Neto, as perspectivas são melhores para o segundo semestre. A companhia deve encerrar com crescimento entre 5% e 10%. Em 2010, sua receita operacional líquida foi de R$ 357,9 milhões. A retomada das vendas na segunda metade do ano tende a reverter a situação da Karsten em 2011. "O prejuízo [do primeiro semestre] vai se anular com o aumento das vendas", prevê o presidente. O período é sazonalmente mais favorável para o setor, que já começa a produzir para o Natal.

Uma das ações previstas pela companhia para os próximos meses será a inauguração da primeira loja da marca Trussardi em São Paulo. Rauh Neto diz que ainda há dificuldades em encontrar um bom ponto, mas que a intenção é iniciar a operação no varejo até o começo de 2012. A loja-piloto será instalada na rua, preterindo os shoppings centers, adiantou. O projeto é chegar até 2015 com 24 lojas Trussardi, voltadas para público de classe A com foco em produtos de alto valor agregado

Fonte:http://www.valor.com.br/empresas/1007358/karsten-investe-no-segment...

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