Kering tem de reduzir dimensão, diminuir dependência da Gucci e explorar sinergias, segundo Luca de Meo

O regresso da Kering ao crescimento exigirá diminuir a dependência da sua marca principal, a Gucci, atualmente em dificuldades, continuar a reduzir a rede de lojas e potenciar mais sinergias, disse o presidente-executivo, Luca de Meo, num memorando visto pela Reuters.


Gucci - Cruise Collection 2026 - Womenswear - Florença - ©Launchmetrics/spotlight


O documento, um resumo de um memorando mais detalhado, intitulado ‘ReconKering’ e recentemente enviado aos altos quadros, apresenta a primeira visão pormenorizada da estratégia de Luca de Meo para o grupo.

Divulgada menos de um mês depois de o grupo ter fechado um acordo para alienar a sua divisão de beleza à L'Oréal, num negócio de 4,7 mil milhões de euros, para obter a liquidez tão necessária e concentrar-se na sua atividade principal de moda de luxo, a nota distingue-se por um tom franco, embora contido.

"Mantemo-nos humildes", escreveu De Meo na nota, afirmando que a sua ambição é "tornar-se o desafiante incontestado no luxo" num horizonte de cinco a 10 anos.

Há muito vista como uma ameaça para a sua rival francesa de maior dimensão, a LVMH, a Kering tem-se debatido com uma queda de dois dígitos nas vendas da sua insígnia principal, a Gucci, ao mesmo tempo que acumula dívida através de aquisições.

No memorando, De Meo estabelece um prazo de 18 meses para recolocar todas as marcas na trajetória de crescimento, acrescentando que recuperar um "desempenho financeiro de excelência" levará três anos.

A Kering afirmou, em comunicado, que De Meo delineou "as bases do futuro plano estratégico da Kering" quando assumiu o leme em setembro, as quais, desde então, foram "amplamente comunicadas aos colaboradores".

Mais acrescentou que o plano estratégico oficial será apresentado aos investidores na próxima primavera.

Na nota, De Meo afirma que a empresa, que encerrou 55 lojas no último ano, precisa de reduzir ainda mais a sua rede de retalho e repensar o posicionamento de preços e a sua oferta, após anos de aumentos de preços.

Precisa também de reduzir aquilo a que De Meo chamou uma "dependência excessiva" da Gucci, desenvolvendo as marcas Saint LaurentBottega Veneta e Balenciaga.

A divisão de joalharia do grupo, que tem tido dificuldades em ganhar escala e competir com as marcas dos seus principais rivais, LVMH e Richemont, deve potenciar sinergias, frisou De Meo.

Entre as marcas a desenvolver, De Meo mencionou também a fabricante de fatos Brioni, frequentemente apontada como provável candidata à alienação, juntamente com a marca de moda deficitária Alexander McQueen.

As ações da Kering, que tinham perdido mais de metade do seu valor em dois anos, subiram 75% desde que De Meo foi contratado para suceder ao acionista de controlo François-Henri Pinault como presidente-executivo.

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