Liderança feminina na indústria têxtil e de confecção brasileira: 72% dos líderes da DeMillus são mulheres

[Romildo de Paula Leite]

67% desses cargos são ocupados por mulheres pardas, pretas/negras, número acima da média brasileira de 38%. 

Respondendo por um quarto da força de trabalho na indústria, a chegada das mulheres a cargos de gestão nesse setor, entre 2008 e 2021, aumentou de 24% para 31,8%, segundo dados do Observatório Nacional da Indústria, da CNI.  

Diante desse crescimento, há uma empresa que sempre se destacou na oferta de oportunidades para mulheres, a DeMillus. Fundada em 1947, a marca mais lembrada e mais comprada, quando se trata de moda íntima, de acordo com o IEMI (Inteligência de Mercado), conquistou e mantém a liderança no mercado de consumidores de lingerie, através do seu compromisso com a responsabilidade social e com uma política de valorização dos seus funcionários, onde aposta na diversidade e no respeito às características individuais de seus colaboradores.  

A missão de empoderar as clientes brasileiras, através da confecção e venda de roupas íntimas, refletem o olhar atento para o desenvolvimento interno de suas funcionárias, que representam 78% da força de trabalho de todas as fábricas, onde 66% são representadas por mulheres pardas, pretas/negras. 

Rita de Cássia de Lima da Silva, Chefe de Setor na unidade TEXPAR Têxtil da Paraíba S/A

“A DeMillus me ensinou a olhar para cada uma de nós com muita admiração, temos mulheres em diversos cargos na empresa, da zeladoria à gestão. Esse sempre será o diferencial dessa grande marca: feita por mulheres de fibra, força e luta, para atender a um público similar”, afirma Rita de Cássia de Lima da Silva, Chefe de Setor, na unidade TEXPAR Têxtil da Paraíba S/A. 

Rita começou a trabalhar na empresa em 1999, quando tinha 16 anos e recebeu a oportunidade do seu primeiro emprego. Na época, ainda na escola, a Pedagoga tinha uma imensa vontade de trabalhar, para contribuir com a renda mensal da família, que passava por dificuldades financeiras, mas não tinha conhecimento e experiência na área. 

“Através de treinamentos e capacitação técnica ofertados pela empresa, me desenvolvi na costura e me tornei uma profissional polivalente na área de confecção/produção. Inspirada pela troca de experiência com os gestores, obtive motivação na busca de crescimento pessoal, de acordo com minha área de identificação profissional: curso superior em Pedagogia e pós em Psicologia Organizacional.” 

No Brasil, a cada 10 indústrias, seis contam com programas ou políticas de promoção de igualdade de gênero, sendo que 61% afirmam que as colocam em prática há pelo menos cinco anos, conforme dados de uma pesquisa inédita divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em março de 2023. 

Para diminuir a desigualdade entre homens e mulheres na indústria, as medidas mais usadas pelas empresas são as políticas de paridade salarial (77%), política que proíbe discriminação em função de gênero (70%), licença maternidade de seis meses (38%), programas de qualificação de mulheres (56%) e de liderança para estimular a ocupação de cargos de chefia por mulheres (42%).  

Ana Lúcia Alves da Silva, Supervisora de Produção na Unidade Texpar da DeMillus.

Atenta a essas políticas, a DeMillus, que possui 72% de mulheres em cargos de liderança, sendo 67% por mulheres pardas, pretas/negras, proporciona a capacitação de suas funcionárias através de incentivo, ou de treinamentos internos, como no caso das consultorias em parceria com o Instituto SENAI de Tecnologia Têxtil e de Confecção.  

Também contratada em 1999, Ana Lúcia Alves da Silva, atualmente Supervisora de Produção, na unidade TEXPAR da DeMillus, conta que desde que foi contratada se sentiu acolhida e que confiaram em seu potencial.  

“Na DeMillus aprendi na prática quase tudo o que sei fazer, a considero assim a minha primeira faculdade, e por isso me senti motivada a formalizar esse conhecimento na graduação de administração de empresa, como também fazer cursos voltados para gestão de pessoas, direcionados aos cargos de liderança, que foram ofertados pela empresa. Sempre trabalhei com gestores que me incentivaram a desenvolver profissionalmente.” 

Com mais de 90% dos colaboradores da TEXPAR sendo mulheres, a DeMillus adota como política assegurar que mulheres e homens gozem de equiparação salarial, onde recebem inicialmente o mesmo salário para ocupar os mesmos cargos, proporcionando iguais condições para ambos os sexos, assim como ocorrem com os colaboradores pardos e negros. 

Benedita Pedro da Silva Santos, Supervisora de Controle de Qualidade, na Unidade do Rio de Janeiro.

Para Benedita Pedro da Silva Santos, Supervisora de Controle de Qualidade, na unidade do Rio de Janeiro, as mulheres são peças-chave no sucesso da empresa, pois elas trazem uma combinação única de liderança, inovação, habilidades de comunicação e resiliência: “Uma das razões pelas quais a empresa é tão significativa para mim é o alinhamento de seus valores, desde o comprometimento com excelência até a ênfase na inovação responsável”. 

Olhando sempre para o futuro, o trabalho de diversidade realizado pela DeMillus é dedicado para criar um ambiente de trabalho saudável, em que todas as pessoas que colaboram com a empresa se sintam valorizadas e respeitadas. 

“Tenho orgulho em fazer parte de uma organização que busca não apenas o sucesso financeiro, mas também a criação de um legado significativo, a cultura da empresa é mais do que uma simples etiqueta. É uma atmosfera de inclusão, respeito e colaboração que permeia cada interação e procura participar de iniciativas que visam melhorar a vida das pessoas.”, conclui Benedita.  

SOBRE A DEMILLUS: 

O sucesso da DeMillus é resultado dos esforços para manter a alta qualidade dos produtos e dos constantes investimentos em inovação, tecnologia e sustentabilidade. A empresa, que é verticalizada, produz 95% dos componentes necessários para a fabricação dos seus produtos, entre eles tecidos, renda, elásticos, bordados, alguns acessórios, lacinhos e colchetes de metal. Além disso, ela trata toda a água que utiliza e 50% da água que passa pela produção industrial de suas fábricas retorna para a reutilização no próprio processo após tratada.  

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