Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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O retalhista norte-americano e o organismo de certificação Fairtrade International ripostaram a uma série de acusações que afirmam a existência de evidências de trabalho infantil em propriedade agrícolas no Burkina Faso, que cultivam algodão orgânico Fairtrade utilizado na lingerie da Victoria’s Secret.
 

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Limited Brands sob suspeita

As mais recentes declarações surgem no seguimento de um relatório da Bloomberg, no final do ano passado, que descreveu a vida de uma menina de 13 anos que foi espancada pelo agricultor para o qual trabalhava num campo de algodão no Burkina Faso. Segundo o relatório, o algodão colhido pela menina foi enviado para fábricas localizadas noutros países onde foi utilizado na produção de lingerie para a Victoria’s Secret.

No entanto, a Limited Brands (que detém a marca) refere que Clarisse Kambire, a “jovem” que era alvo do artigo, tinha 21 anos de idade. Além disso, o retalhista alega que Kambire não vive nem trabalha numa exploração agrícola orgânica registada no Burkina Faso, mas numa unidade de produção de vegetais.

Além disso, Victorien Kamboule, que foi referido como sendo um produtor de algodão orgânico no relatório, não cultiva algodão, de acordo com o UNPCB, que regista todas as produções de algodão no Burkina Faso. Esta alegação é apoiada pela COCERT, uma organização de certificação francesa que inspeciona e controla a produção agrícola orgânica. Alegadamente, Kamboule cultiva legumes.

A Fairtrade International corroborou as declarações da Limited Brands, acrescentando que deslocou-se com os principais funcionários do UNPCB para a aldeia de Benvar no Burkina Faso, onde se reuniu com produtores de Comércio Justo de algodão, bem como com as crianças e famílias identificadas no artigo da Bloomberg.

A Fairtrade também referiu que recomenda seriamente que os média adotem métodos de proteção às crianças e uma abordagem baseada em direitos em relação àqueles que eles identificam como sendo menores de 18 anos. A identificação de um jovem pelo seu nome e sobrenome, em questões de graves preocupações pelos direitos humanos, podem colocá-lo em “risco extremo”, alertou.

No entanto, a Bloomberg tem suportado as suas alegações e informou que investigadores norte-americanos estão a conduzir uma avaliação preliminar do trabalho infantil forçado utilizado no programa. A Bloomberg informou que a certidão de nascimento que cita a idade de Kambire como 21 anos é na realidade a certidão de nascimento de uma irmã mais velha já falecida. O organismo refere que Clarisse Kambire adotou o nome após a sua irmã morrer há mais de uma década atrás.

De acordo com a Bloomberg, a investigação preliminar do governo está a ser realizada pela divisão ICE Homeland Security Investigations, que faz parte do Department of Homeland Security. Este é responsável por fazer cumprir a Smoot-Hawley Tariff Act, uma lei que proíbe a importação de bens produzidos por trabalho forçado.

A Bloomberg revelou ainda que, ao abrigo de regulamentos distintos daqueles a serem examinados pela segurança interna, o Departamento do Trabalho dos EUA tinha determinado que o problema do trabalho infantil forçado no setor de algodão no Burkina Faso era suficientemente grave para proibir a fibra do sistema de aprovisionamento do governo federal norte-americano.

Fonte:|http://www.portugaltextil.com/tabid/63/xmmid/407/xmid/40575/xmview/...

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