Feitas com algodão orgânico, tecidos reciclados e fibras sustentáveis, novas coleções de roupa íntima mantêm a sensualidade sem agredir o planeta
ECOCHARME
A Valisere (á direita) usa fibras extraídas de árvores austríacas para
moldar calcinhas e sutiãs que não agridem o planeta. Feito à mão a
marca britânica Luva Huva reaproveita materiais e usa até tecidos feitos a
partir de soja para criar suas peças, que são produzidas artesanalmente
Agora as mulheres podem sentir na pele que estão colaborando com o planeta. Cada vez mais empresas e estilistas lançam peças de lingerie ecologicamente corretas. Escolha de materiais, processo de fabricação e combate a desperdícios são os elementos dessa fórmula que une moda e sustentabilidade.
Além do já tradicional algodão orgânico, empresas brasileiras, americanas e europeias começam a testar outros materiais para fabricação de calcinhas e sutiãs. O mais avançado deles é o Lenzing MicroModal, que começa a ser usado no Brasil pela Hope e Valisere. As fibras desse tecido são feitas a partir da faia, uma árvore nativa da Europa, principalmente da região da Áustria. Em vez de utilizar o cloro para embranquecer o material, foi desenvolvido um sistema que utiliza ozônio e oxigênio. “Além disso, a floresta é gerenciada. Só as árvores mais novas são processadas e repostas. As mais antigas permanecem intocadas”, afirma a gerente de marketing da Lenzing Fibers para a América Latina, Giselle Araújo.
Outras matérias-primas alternativas, como o bambu, a soja e até mesmo o cânhamo – planta da mesma família da maconha –, também têm sido usadas, principalmente por ter um crescimento mais rápido, o que proporciona uma economia de solo e água. O bambu chega a atingir sua altura máxima em apenas três meses, enquanto o cânhamo rende três vezes mais fibras do que o algodão convencional.
Mas não é só no material que está a diferença entre a lingerie amiga do planeta e as peças tradicionais. O que a empresa faz com os resíduos a serem descartados e como lida com seus fornecedores também é parte da solução. Nos EUA, a marca Hanky Panky doa 100% dos seus retalhos a artesãos e só usa embalagens feitas com papel reciclado. Já a francesa Peau Ethique foca na ética e só negocia com agricultores que se comprometem a não usar trabalho infantil e manter as horas de trabalho dentro de um teto exigido por lei.
O esforço tem sido aprovado pelas consumidoras. “Já colocamos nas lojas uma nova coleção com esse conceito sustentável. Tem sido um sucesso”, diz a gerente de marketing da Hope, Verônica Wolff. Isso se deve também ao design das peças, que, como mostram as fotos nesta página, não foi deixado de lado. Assim, as peças têm tudo para continuar gerando um efeito colateral das lingeries: despertar desejos.
Fonte:|http://www.istoe.com.br/reportagens/249005_LINGERIE+ECOLOGICA?pathI...
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