Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Livia Firth aproveita trânsito entre famosos para travar batalha contra o FAST FASHION

Livia Giuggioli Firth, em setembro de 2017 - DANIEL LEAL-OLIVAS / AFP

Toda vez que abre o armário de casa, em Londres, a italiana Livia Giuggioli Firth se depara com uma variedade de roupas. "Velhas", apressa-se em explicar a mulher do ator inglês Colin Firth:

- São peças com uma história, que trazem lembranças. Mas, sobretudo, são produtos de qualidade, que resistem ao tempo.

As palavras da romana Livia, de 48 anos, ex-produtora de cinema, refletem exatamente sua filosofia de vida: frear o consumo exagerado e convencer grandes nomes da indústria da moda a fazer peças duradouras e sustentáveis.

Tudo começou em 2009, quando se interessou pela indústria têxtil e descobriu que cerca de 80 bilhões de roupas são confeccionadas por ano. Na época, ela já era casada com Colin Firth - os dois se conheceram em 1995, na Colômbia, durante as gravações da série "Nostromo" - e usou seu trânsito no show business para disseminar ideias eco-friendly. Em 2010, durante o Globo de Ouro, o casal tentou, com algum êxito, convencer estilistas e celebridades a abraçar a moda ética.

- Aproveitei a ocasião e a presença do estilista Tom Ford para começar o projeto Green Carpet Challenge - lembra Livia.

Até hoje, o "desafio do tapete verde" convida designers a criar roupas de gala sustentáveis. Um dos primeiros a entrar no jogo? Giorgio Armani, que fez um vestido a partir de garrafas pet recicladas para Livia usar no Globo de Ouro de 2012.

Meses depois, a empresária desfilou no tapete vermelho do Oscar com um "eco" Valentino, enquanto a atriz Meryl Streep vestiu um Lanvin sustentável.

- Muitas celebridades, como Nicole Kidman, Cate Blanchett e Marion Cotillard, acabaram por aderir a essa nova tendência - diz a italiana, ressaltando que o conceito de moda ética não se restringe apenas ao uso de tecidos ecológicos, mas também ao respeito ambiental, social e trabalhista.

O lobby tête-à-tête com grandes estrelas de Hollywood, porém, não é a única ação em torno da chamada green fashion. Há alguns anos, ela é a diretora-criativa da Eco-Age, uma empresa de consultoria especializada no tema, que conta com clientes como a estilista Stella McCartney, as marcas de luxo Gucci e Chopard e até a mais popular Marks & Spencer.

Gisele e Livia Firth, no Green Carpet Fashion Awards 2017 - Dave Benett

- Nosso objetivo é conscientizar não apenas os consumidores, mas também as empresas. Vivemos num mundo onde tudo é descartável. Principalmente o que vestimos - diz ela, antes de criticar a indústria do fast fashion. - Tenho certeza de que um jovem, em um ano, gasta em roupas muito mais do que eu. São camisetas, calças e vestidos que irão durar alguns meses e depois serão jogados fora.

A bronca de Livia é embasada na própria experiência de vida: cresceu sem seguir as "modinhas"das amigas e sem ter tudo o que desejava comprar.

Livia começou a trabalhar com 22 anos e ainda se lembra da dificuldade que foi economizar cerca de US$ 300 para comprar um casaco da grife Max Mara, que ainda guarda no armário.

- E ainda tenho um par de tênis All Star Converse, de quando tinha uns 18 anos - diz ela, que, no dia 24 de setembro, apresentou a primeira edição do Green Carpet Fashion Awards, no monumental Teatro La Scala, em Milão, durante a Semana da Moda. - Como italiana, tenho muito orgulho de ver meu país dando uma forte resposta à sustentabilidade na moda. Este prêmio quer destacar as celebridades que usam sua projeção internacional para promover causas sociais - diz a empresária, que condecorou Gisele Bündchen com o Eco Laureate por sua atuação na defesa do meio ambiente e da preservação da Amazônia.

Além da brasileira, que usou um longo Stella McCartney, feito de viscose certificada, o evento reuniu nomes de peso da moda e do cinema, como os estilistas Giorgio Armani, Miuccia Prada e o diretor criativo da Gucci, Alessandro Michele, a atriz Dakota Johnson, o ator Andrew Garfield e a modelo Naomi Campbell. Todos desfilaram num tapete verde feito de garrafas plásticas recicladas.

Passado o prêmio, Livia está de malas prontas para uma viagem à Austrália, juntamente com o cineasta Andrew Morgan, para realizar filmagens sobre a indústria local da lã. Na mala, ela frisa: peças velhas, claro.

http://www.gsnoticias.com.br/noticia-detalhe/todas/livia-firth-apro...

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