Nessa segunda-feira (12/10), a varejista de moda sueca H&M lançou, em Estocolmo (Suécia), um sistema capaz de reciclar roupas usadas e transformá-las em peças diferentes. Com a ação, batizada de Looop, os clientes levam roupas que não querem mais e pagam um valor. Dentro de algumas horas, aquele item se transformará em uma opção nova em folha. Segundo a marca, esta é a primeira vez que uma empresa do ramo oferece um serviço desse tipo em uma loja.
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Giphy/@Looop/Twitter/Reprodução
A tecnologia foi desenvolvida pela Fundação H&M em parceria com duas empresas de Hong Kong: HKRITA (Instituto de Pesquisa Têxtil e Vestuário de Hong Kong) e a especialista em fiação Novetex Textiles. O sistema funciona dentro de um contêiner de vidro na loja, permitindo que todo o processo seja observado do lado de fora.
O processo completo tem oito passos e leva cerca de cinco horas para ser concluído. Primeiro, a peça é higienizada com ozônio para eliminar os microorganismos. Em seguida, é transformada em fibras, que serão trituradas e filtradas para remoção da sujeira. Nesta etapa, a máquina acrescenta material virgem extra, obtido de fontes sustentáveis, na menor quantidade possível. Isso ocorre para fortalecer as fibras, já que elas são encurtadas durante a fragmentação mecânica.
Logo depois, a mistura de fibras é preparada e fiada. Já no penúltimo passo, os fios são torcidos e trançados, dando origem a um material ainda mais resistente. Por fim, são tricotados na forma de novas peças, prontas para vestir. Para garantir o menor impacto ambiental possível, o processo não utiliza água ou produtos químicos, como corantes.
H&M/DivulgaçãoEm comunicado, a H&M afirmou que mesmo têxteis antigos têm um valor e não devem ser desperdiçados. Por isso, criou uma oportunidade para que os próprios clientes possam assistir ao processo da peça sendo transformada em um novo item. A intenção é que, no futuro, toda a produção da empresa seja circular e “positiva para o clima”.
Este é apenas um dos projetos da etiqueta voltados para esse objetivo. A marca quer mostrar que as roupas devem ser usadas durante o maior tempo possível e pretende inovar tanto no âmbito de matéria-prima quanto de processos. Para transformar uma camiseta velha em uma nova peça, por exemplo, não é necessário plantar mais algodão para isso.
H&M/DivulgaçãoPascal Brun, chefe de sustentabilidade da H&M, afirmou que, para chegar a uma mudança real, é fundamental que as ações da marca tenham uma adesão dos clientes. “Estamos constantemente explorando novas tecnologias e inovações para ajudar a transformar a indústria da moda, pois trabalhamos para reduzir a dependência de recursos virgens.”
Para os membros do clube de fidelidade da marca, solicitar uma nova peça com a tecnologia Looop custa 100 coroas suecas, ou aproximadamente R$ 63. Já para os não-membros, é cobrada uma taxa de 150 coroas suecas, valor que equivale a cerca de R$ 94. Os valores arrecadados com a iniciativa, sem fins lucrativos, serão revertidos para projetos que promovem a pesquisa de materiais.
Desde 2013, a companhia recolhe roupas e tecidos de qualquer label para reciclagem, por meio de um programa global. A propósito, 57% da matéria-prima utilizada pela marca em 2019 já era obtida de forma mais sustentável ou por meio da reciclagem. Até 2030, a empresa espera que todos os materiais respondam a esses requisitos.
Apesar de ter surgido como uma novidade exclusiva da H&M, o sistema Looop será licenciado pela HKRITA para outras empresas. Segundo a varejista de moda, quanto mais marcas tiverem acesso a tecnologias como essa, mais próximas estarão de uma mudança real. A empresa sueca não revelou se o modelo high-tech será disponibilizado em outras lojas da rede.
Colaborou Hebert Madeira
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Bela iniciativa, o próximo passo seria baratear o processo oferecendo acessibilidade a outros.
Quaisquer processos de reaproveitamento de materiais oriundos de processos tão nocivos ao meio ambiente é importante e a saúde agradece.
Parabéns
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