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London Fashion Week: o maior projeto da indústria abre na sexta-feira

A London Fashion Week (LFW), que abre na manhã de sexta-feira, 16 de fevereiro, promete ser de arromba, com uma série de novos talentos, desfiles de peso, festas de moda intermináveis e chá da tarde em Downing Street para alguns eleitos.

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Simone Rocha - Primavera-Verão2024 - Womenswear - Londres - © Launchmetrics

Embora a cidade tenha poucas marcas poderosas como Milão ou Paris, quando se trata de talento bruto, nenhuma é mais importante do que a capital do Reino Unido.

A temporada de quatro dias começa oficialmente na sexta-feira de manhã com o veterano irlandês Paul Costelloe e termina na terça-feira à noite com o terceiro desfile da Burberry pelo seu diretor criativo Daniel Lee. No entanto, os desfiles e as apresentações se estendem por ambos os extremos da temporada, que se alarga efetivamente a seis dias.

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Durante todo o fim de semana, há também importantes desfiles de graduação universitária – desde as apresentações conjuntas do London College of Fashion até ao desfile de mestres da Central Saint Martins, ambos na sexta-feira à noite. Até ao Fashion East. Inventado pela lendária especialista em moda Lulu Kennedy, o Fashion East é, sem dúvida, a mais importante plataforma de lançamento para jovens designers em qualquer lugar.

A temporada também acolherá de novo, com um desfile, a maison Dunhill. Uma das marcas mais veneráveis do Reino Unido, a Dunhill apresentará o seu desfile num dos locais mais respeitáveis de Londres – a National Portrait Gallery.

Recém conquistada Paris com a interpretação estelar da Jean Paul Gaultier – na mais recente parceria com um designer direcional do atelier de alta costura de Jean-Paul – Simone Rocha será uma atração principal na LFW. A criadora e couturier irlandesa de Hong Kong, com uma costela portuguesa, fará como é costume o seu desfile dentro de uma igreja. Nesta temporada é a vez de São Bartolomeu, o Grande, um templo do século XII com elementos normandos que dizem ter poderes de cura milagrosa.

Logo depois de Rocha vem Richard Quinn, parte de uma semana movimentada para o estilista. Quatro dias depois, em Milão, Quinn celebrará a sua primeira colaboração com Max & Co com uma apresentação e depois um jantar no Terrazza Martini, com vista para o Duomo.

A temporada conta também com meia dúzia de shows imperdíveis de nomes como J W Anderson, Erdem, Roksanda, Molly Godard, David Koma e Edward Crutchley.

Ao todo, há quase 60 desfiles listados na programação oficial, juntamente com quase o mesmo número de apresentações e mais de 20 exibições digitais. Frequentemente apresentado como parte do DiscoveryLAB, uma montra digital imersiva exclusiva do Reino Unido que apresenta talentos emergentes como Rhyzem, Savvas Alexander, KYLE Ho, Nyland Studio e Amber W. Smith, entre outros.

Num sentido muito real, a moda é a imagem inversa do futebol no que diz respeito ao relacionamento entre a Grã-Bretanha e França. Enquanto que no futebol, a liga mais rica do mundo – a Premiership – obtém dezenas de jovens jogadores emergentes dos subúrbios duros de Paris, Marselha e Lyon. Na moda, as grandes maisons de Milão e sobretudo de Paris exploram meticulosamente a London Fashion Week em busca de novos talentos de design. Semelhante, em parte, ao draft anual dos desportos americanos, onde os indivíduos com mais talento são identificados e assinados. O mesmo acontece na moda, já que as marcas europeias aparecem com ofertas tentadoras – desde empregos noturnos e parcerias até collabs e diretorias criativas.

Isto tem sido verdade desde que John Galliano e Alexander McQueen foram pela primeira vez a Paris para dirigir a Dior e a Givenchy, há cerca de três décadas.

E, até agora, mesmo que o Brexit tenha prejudicado seriamente a moda do Reino Unido, ao transformar simples entregas para a Europa em exportações caras e demoradas, a decisão de dar adeus à Europa não impediu que as escolas de moda do Reino Unido continuassem a ser as mais conceituadas do planeta. Até aqui.