Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Los Angeles, cidade da moda e do glamour, proíbe produtos feitos com pele animal

A cidade de Los Angeles, um dos principais centros da indústria da moda do mundo, se tornou na terça-feira (18) a maior metrópole dos Estados Unidos a proibir a venda e a fabricação da maioria dos produtos de peles dentro de seus limites.

VER O DESFILE

Fendi - Outono-Inverno 2018 - Moda Feminina - Milão - © PixelFormula

Seguindo o passo de São Francisco e dois municípios menores da Califórnia, a Câmara Municipal de Los Angeles fez uma votação que venceu de 12 votos a zero para pedir à Procuradoria da cidade redigir uma lei proibindo vestuário e acessórios de peles, que vão desde casacos de pele de vison até chaveiros de pé de coelho. O pedido deve obter aprovação final do conselho e ser assinado pelo prefeito Eric Garcetti para ser promulgado.

Apoiadores esperam que a proibição de uso de peles na segunda maior cidade do país, apesar de sua vibrante cena de compras e associação com glamour, leve a ações semelhantes em nome dos direitos dos animais no mundo todo. "Los Angeles é uma das capitais da moda do mundo, e se conseguimos fazer isso aqui, podemos fazer isso em qualquer lugar", disse o vereador Paul Koretz, patrocinador da medida, em entrevista coletiva antes da votação. "Esperamos que Nova York, Chicago e Miami estejam acompanhando”.

Los Angeles é o lar de um dos maiores distritos de moda do mundo, um centro de aproximadamente 4.000 lojas de roupas, showrooms e fabricantes que cobrem cerca de 100 quarteirões do centro da cidade, embora apenas um punhado desses comerciantes venda produtos de peles. “Eu consigo lembrar de um ou talvez duas lojas que vendem peles", disse a porta-voz do distrito da moda, Ariana Gomez, à Reuters.

Embora os casacos compridos de pele como vison não sejam tão populares quanto antes, as peles ainda são encontradas em cerca de 70% das coleções de moda mais recentes do mundo, disse Keith Kaplan, diretor executivo do grupo Fur Information Council of America. "Se os consumidores não estivessem comprando esses produtos, as marcas de moda não os estariam criando e os fabricantes não os estariam produzindo", disse Keith Kaplan, que também contestou como "falsas" as afirmações de grupos de direitos dos animais de que os métodos empregados pela indústria de peles são inerentemente cruéis e desumanos.

O Escritório de Finanças da cidade não acompanha de forma detalhada as vendas de artigos de peles, mas as vendas no varejo em todo o estado de “peles e roupas de pele” totalizaram 360 milhões de dólares em 2012, de acordo com um censo econômico da Califórnia citado pelo principal analista legislativo da cidade.

Segundo o plano aprovado provisoriamente na terça-feira, a proibição do uso de peles deve entrar em vigor em janeiro e será implementada ao longo de dois anos, dando aos varejistas até 2020 para vender os estoques existentes. Os produtos de peles usados estarão isentos da proibição.

O conselho também está considerando uma isenção para os produtos usados para fins religiosos, como chapéus de pele usados por judeus ortodoxos, bem como itens feitos de peles legalmente tiradas sob a autoridade de uma licença de captura de peles da Califórnia.

O pequeno município de West Hollywood, que fica ao lado de Los Angeles, ganhou as manchetes em novembro de 2011 como a primeira cidade dos Estados Unidos a proibir a venda de roupas de peles. As jurisdições da área da baía de Berkeley e São Francisco seguiram o exemplo em 2017 e março deste ano.

http://br.fashionnetwork.com/news/Los-Angeles-cidade-da-moda-e-do-g...