O estilista Americano Marc Jacobs vai deixar a Louis Vuitton, na maior reorganização da marca francesa de artigos de luxo em quase duas décadas. Jacobs sairá após 16 anos como diretor de criação da Louis Vuitton, a principal marca do grupo LVMH, para se concentrar em sua própria marca.
Michael Burke, CEO da Louis Vuitton, disse ao "Financial Times" que o plano foi desenvolver a linha Marc Jacobs ao ponto em que ele próprio e a coproprietária LVMH pudessem torná-la uma empresa de capital aberto. Se confirmada, tal iniciativa seguirá várias aberturas de capital de casas de moda nos últimos anos, que levantaram centenas de milhões de dólares para nomes como Michael Kors, Prada e Salvatore Ferragamo.
Ontem, o último desfile de moda feito por Jacobs para a Louis Vuitton foi cheio de simbolismo e referências à sua passagem pela empresa, período em que ele a transformou de fabricante de bolas e malas em uma das mais desejadas marcas de design. O desfile foi concebido pelo estilista como um memorial ao período em que passou na Louis Vuitton: tudo preto, com peças de estações passadas e música em tons fúnebres.
Nicolas Ghesquière, ex-estilista da Balenciaga, é um dos nomes mais cotados para substituir Jacobs na Louis Vuitton.
Quando perguntado a respeito, Burke disse: "Fiquem ligados". Ele acrescentou: "Houve um desejo de levar Marc Jacobs para o próximo patamar e isso exige mais concentração e mais investimentos".
A LVMH não especifica sua receita por marcas, mas analistas estimam as vendas anual da Marc Jacobs em algo entra € 500 milhões e € 1 bilhão. A LVMH controla cerca de 75% da marca Jacobs.
Perguntado sobre quando a abertura de capital poderá ocorrer, Burke disse: "Os mercados nos dirão". No entanto, fontes próximas da companhia disseram que a companhia está trabalhando para que isso ocorra num prazo de dois a três anos.
A decisão, que foi anunciada no último dia da Semana de Moda de Paris, é a movimentação mais significativa feita pela Louis Vuitton até agora, depois que Bernard Arnault, o bilionário francês que controla a LVMH, passou a tentar levar a marca para um segmento ainda mais sofisticado do mercado.
O último ano, Arnault fez várias nomeações importantes que incluíram a promoção de Delphine Arnault, sua filha, ao cargo de vice-presidente executiva, e a promoção de Burke, um veterano da LVMH.
Burke confirmou que a Louis Vuitton no futuro vai depender menos de novas aberturas de lojas e mais das vendas nas lojas que já possui, como parte de sua estratégia de aumentar seu apelo de exclusividade. "Há um número limitado de lojas que você pode abrir sem diluir a marca", justificou ele.
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16 anos arrasando.
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