Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Lululemon acusada de branqueamento dos objetivos e do impacto ambiental

A Lululemon Athletica Inc. engana os consumidores fazendo-os acreditar que a marca é sustentável e amiga do ambiente através da sua campanha de marketing Be Planet, apesar de aumentar as suas emissões de gases com efeito de estufa, segundo uma proposta de ação coletiva apresentada na passada sexta-feira.

ALululemon foiacusada de enganar os consumidores fazendo-os acreditar que a marca é sustentável e amiga do ambiente - Lululemon

"A indústria do vestuário é um dos principais contribuintes para a crise ambiental e, como uma das maiores empresas de vestuário do mundo, a Lululemon tem uma pegada climática e ambiental significativa e crescente", afirma a queixa apresentada no tribunal distrital dos Estados Unidos para o distrito sul da Florida. "As suas ações e produtos causam diretamente danos ao ambiente e a deterioração da saúde do planeta – o oposto das suas promessas e declarações da Be Planet".

A Lululemon não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

A empresa de atletismo revelou a sua agenda de impacto Be Planet delineando uma estratégia de longo prazo para reduzir o seu impacto ambiental em outubro de 2020. Parte das promessas do plano incluía garantir que pelo menos 75% dos produtos da empresa continham materiais sustentáveis e reduzir o uso de água doce até 2025.

A campanha "Be Planet" faz com que os consumidores pensem que a Lululemon é uma empresa "amiga do planeta" que está a contribuir para melhorar o ambiente, quando não o é, diz a queixa.

De acordo com o relatório de impacto de 2022 da própria empresa, as emissões de âmbito 3 da Lululemon, emissões indirectas que ocorrem na cadeia de abastecimento de uma empresa, aumentaram para 1,2 milhões de toneladas de dióxido de carbono. As emissões de 2022 são quase o dobro das emissões de âmbito 3 de 2020 da empresa. A queixa refere que as emissões estão em vias de aumentar ainda mais à medida que a empresa tenta duplicar as suas receitas até 2026.

A Lululemon já mais do que duplicou as suas receitas entre 2018 e 2022 para 8,1 mil milhões de dólares. De acordo com os seus resultados fiscais do primeiro trimestre de 2024, a empresa opera mais de 700 lojas e pretende atingir o seu objetivo para 2026 duplicando as receitas dos homens e do comércio eletrónico.

Segundo a queixa, a Lululemon utiliza imagens de rios, florestas e natureza no seu site e no seu marketing para "reforçar e perpetuar" a impressão enganosa de que a empresa é amiga do ambiente junto dos consumidores que sabe que pagarão um preço mais elevado por produtos sustentáveis.

O queixoso principal Amandeep Gyani apresenta queixas sob as leis de proteção ao consumidor da Flórida e procura representar classes nacionais e estaduais de consumidores que compraram qualquer produto da marca Lululemon desde outubro de 2020. Gyani também apresenta uma reclamação por enriquecimento sem causa e tenta uma indemnização.

O processo segue-se a um maior escrutínio do impacto climático da indústria da moda rápida.

Os legisladores democratas lançaram recentemente um grupo para examinar a reciclagem de têxteis e a utilização de fibras sustentáveis, enquanto que as marcas de vestuário ambientalmente conscientes, como a Patagonia e a Everlane, pressionaram a emissão de regulamentos de divulgação de emissões.

O caso foi atribuído à juíza Beth Bloom.

Amandeep Gyanii é representado pela Gold Law PA e Eggnatz Pascucci.