Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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PARIS – O crescimento do luxo continua longe da crise, mesmo que o ritmo de crescimento das vendas e dos lucros da LVMH, Kering, Hermès e outras, como a Swatch, esteja a diminuir em relação aos desempenhos extremos dos últimos anos.

Os pesos pesados do setor apresentaram nos últimos dias resultados em crescimento para o primeiro semestre de 2013, marcados em geral por uma aceleração nas vendas entre o primeiro e o segundo trimestre; melhor que o esperado.

Foto: AFP
Nos seis primeiros meses, a LVMH (Louis Vuitton, Céline, Bulgari, Givenchy, Guerlain...) viu seu volume de negócios subir 6%, chegando aos 13,7 bilhões de euros. O polo de luxo da Kering (Gucci, Bottega Veneta, Saint Laurent, Boucheron...) alcançou 5,3% de crescimento e ultrapassou os 3 bilhões de euros. A Hermès avançou 11%, chegando aos 1,76 bilhões de euros.

Crescimentos essencialmente na casa de um dígito, e não mais de dois, marcados muito por uma desaceleração na Ásia e por uma boa manutenção nas Américas e, para algumas marcas, por belos desempenhos na Europa.

Mesmo que os lucros estejam a recuar, os pesos pesados do setor exibem sua confiança para o acumulado do ano de 2013. Swatch, Hermès, LVMH e Kering, todas elas esperam um segundo semestre de bom faturamento.

Contudo, o discurso dos gigantes do luxo se mostra prudente diante da possibilidade de agravação causada pela volatilidade do câmbio. A desvalorização do iene se faz presente e, assim, as despesas dos turistas japoneses com luxo caíram, por exemplo. Mas elas estão sendo compensadas, em boa parte, pela alta nas vendas no Japão.

O motor asiático está a engripar?

No início do ano, a inquietude planava sobre o fato de que o formidável motor asiático do luxo, que funciona maravilhosamente graças aos Chineses, pudesse estar a engripar por conta de uma desaceleração do consumo chinês. Uma advertência vista no lançamento do resultado apresentado pela Burberry, que havia acendido a luz amarela dentre alguns.

Os resultados do primeiro trimestre de 2013 apresentavam a possibilidade de uma perda de fôlego, já que a Vuitton e a Gucci, entre outras, haviam visto seu mais fraco crescimento há anos. Mas o segundo trimestre parece tranquilizar.

Decerto, o motor asiático está a girar com uma potência menor que antes. As exportações de relógios suíços para a China se enfraqueceram, particularmente por causa de uma campanha anticorrupção das autoridades chinesas contra os presentes caríssimos.

Mas o luxo pode contar com uma boa resistência dos mercados "maduros": a Europa, graças às compras dos turistas que mais gastam, e os Estados Unidos, onde a melhora da situação econômica e uma presença crescente dos grupos de luxo estimulam as vendas.

Dessa maneira, pequenas marcas se tornaram grandes, com bastante rapidez, como a Bottega Veneta da Kering, ou ainda a Céline da LVMH. Mais rápido ainda que a número um mundial Louis Vuitton (mais de 7 bilhões de euros em vendas anuais), ou a número dois Gucci, que apresentam cerca de 4% de crescimento no primeiro semestre.

Com este cenário, alguns não querem perder a oportunidade: o riquíssimo Catar acaba de anunciar o lançamento de sua marca de luxo, Qela. Uma primeira butique será aberta em setembro em Doha; uma segunda, alguns meses mais tarde em Paris.

Para tornar-se mais "desejável", a Vuitton (assim como a Gucci) trabalha para tornar sua imagem mais premium, com produtos mais sofisticados e com certa seletividade aplicada a seus pontos de venda. Com sucesso, segundo a LVMH. Os artigos de couro, mais caros que os fabricados com a famosa estampa da Vuitton, se encontram em forte desenvolvimento.

E os pesos pesados do luxo continuam a multiplicar suas aquisições. A última foi a de 80% da Italiana Loro Piana anunciada pela LVMH no início do mês de julho. Por dois bilhões de euros.

Audrey KAUFFMANN

http://pt.fashionmag.com/news/Luxo-ainda-segue-com-o-vento-em-popa-...

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