O presidente do conglomerado de luxo colocou fim à especulação de que o estilista britânico acusado de comentários antissemitas poderia retomar seu emprego à frente da grife que tem seu nome
O estilista britânico John Galliano chega à corte francesa em que é julgado por seus comentários antissemitas
A LVMH, um dos maiores conglomerados de luxo do mundo, responsável por marcas como Dior e Louis Vuitton, pôs fim a rumores ao anunciar que o estilista John Galliano não vai retomar seus trabalhos para a empresa. Galliano foi demitido após ser acusado de fazer comentários antissemitas em um bar de Paris.
O presidente da LVMH, Bernard Arnault, afirmou que Galliano “não vai trabalhar para a LVMH”. “Ele não teve a simples gentileza de me contatar”.
Há alguns dias especulava-se que a LVMH poderia dar uma segunda chance ao estilista britânico de retomar pelo menos os trabalhos na grife que leva seu nome e apresenta suas coleções na Semana de Moda de Paris. Segundo artigo no jornal “New York Times”, executivos do conglomerado de luxo dividiam a opinião de que era possível uma volta de Galliano à empresa.
A LVMH e a Dior possuem 91% da grife John Galliano. No momento, o diretor de criação da marca é o ex-assistente do estilista, Bill Gayten, que trabalhou com ele durante 23 anos.
Logo após ter contratado John Galliano como estilista para a Dior em 1996, Bernard Arnault chegou a comparar o talento dele ao do próprio Christian Dior. “Galliano tem um talento criativo muito próximo ao de Dior. Ele tem a mesma mistura extraordinária de romantismo, feminismo e modernizados que simbolizava o trabalho de Dior”, disse.
Na semana passada, John Galliano compareceu à audiência de julgamento por seus supostos comentários antissemitas. A defesa alegou que, na época, o estilista estava viciado em um coquetel de barbitúricos e álcool, que o deixaria incapaz de perceber seus atos. Após sua demissão, o designer passou por duas internações em clínicas de desintoxicação. Se for julgado culpado no dia 8 de setembro, Galliano pode pegar até seis meses de prisão, além de pagar US$ 32 mil.