Como parte deste processo, recentemente criou um Consejo Mexicano de la Moda composto por um comité de 24 membros de liderado pela especialista de moda Anna Fusoni e pela diretora da semana de moda do país, Beatriz Calles.
E num sinal de que a indústria está a ganhar o apoio do governo, acaba de garantir financiamento para construir um Centro Nacional para Inovação e Moda em Pachuca, a sul da Cidade do México, no final de 2015. A unidade irá ajudar os produtores de têxteis e vestuário na investigação e desenvolvimento de novos produtos com base nas tendências de moda internacionais, na introdução de tecnologias de produção de ponta e ainda na publicação de legislação para ajudar a impulsionar o crescimento da indústria, segundo o presidente da Canaive, Sergio Lopes de la Cerda.
Sob a sua liderança, esta equipa também lançou um plano para criar um circuito mais integrado de têxteis, vestuário, calçado, couro e acessórios para ajudar o México a atingir os seus objetivos na moda.
A iniciativa é vista como uma arma crucial contra o aumento das importações da China, que continuam a prejudicar os produtores locais num país afetado por um enorme comércio de bens ilegais (considerado mesmo o “cancro do México”), que representa 60% das vendas anuais de vestuário, apesar dos anos de campanhas infrutíferas para o erradicar.
O México, contudo, enfrenta uma grande batalha para conseguir cumprir o plano. Os observadores afirmam que o Estado tem de acelerar o investimento para ajudar a formar e desenvolver novos designers para atrair investidores privados. «A indústria precisa de se profissionalizar e o Promexico (o lobby das exportações) tem de dar mais dinheiro para ajudar a levar os designers para o estrangeiro», afirma Jesus Guzman, gestor da marca suíça de luxo Bally.
Guzman refere que o Promexico deveria gastar pelo menos 30 mil dólares (22 mil euros) para promover um designer individual em vez dos 6 mil a 10 mil dólares atuais. As marcas emergentes precisam de 500 mil a um milhão de dólares para se começarem a desenvolver, destaca, mas não há investidores dispostos a despender esses fundos.
Uma compradora da cadeia de grandes armazéns de luxo mexicanos El Palacio de Hierro concorda que o apoio estatal é fundamental. «O sector da moda tem tentado descolar há 18 anos, mas os designers estão ainda essencialmente a coser», sustenta. «Se o governo não os ajudar, nunca vão chegar lá», acrescenta.
O Promexico tem ainda de fazer mais para levar compradores internacionais ao México, destaca a executiva. «É preciso investir para os convidar ou eles não virão sozinhos», sublinha.
Num sinal de que as coisas podem estar a mudar, o Promexico estabeleceu recentemente uma parceria com a Fashion Week México para trazer um conjunto de compradores franceses ao país, um esforço que culminou com a seleção de vários criadores que serão promovidos na próxima Semana de Moda de Paris. Alejandro Carlin, Sandra Weil, Alexia Ulibarri e Simple by Trista deverão fazer parte desse grupo.
Contudo, os especialistas afirmam que a parceria foi resultado da pressão sobretudo da Fashion Week México, que teve de persuadir o Promexico a envolver o seu gabinete em Paris para o projeto. O Promexico não comenta mas fontes próximas revelaram que o lobby espera aumentar o apoio aos designers no futuro próximo.
Cristina Pineda, que detém a marca de luxo Pineda Covalin, considera que os designers têm também de endividar mais esforços. «Os designers têm de se tornar mais responsáveis e melhores empresários», defende. «Mais do que uma designer, tornei-me numa empresária, fazendo tudo desde a contabilidade aos processos legais», explica.
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