Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

No âmbito do debate em curso sobre o potencial crescimento da produção de vestuário nos EUA, os especialistas alertaram que os consumidores norte-americanos tendem a considerar que os produtos fabricados internamente são mais caros – como consequência, estão menos propensos a comprá-los.

“Made in USA” é mais caro?

Um estudo da Universidade do Missouri evidenciou que os consumidores norte-americanos atribuem um preço muito mais elevado ao vestuário produzido nos EUA com matérias-primas do país, em vez de produtos produzidos parcialmente ou totalmente no exterior. Os especialistas receiam que esta perceção poderá ser prejudicial para as empresas norte-americanas de vestuário e para a economia em geral.

Num estudo publicado no Clothing and Textiles Research Journal, Jung Ha-Brookshire, professora assistente no departamento de gestão de têxteis e vestuário na Faculdade de Ciências Humanas Ambientais na Universidade do Missouri, entrevistou consumidores norte-americanos para determinar o valor que eles colocam no vestuário produzido em diferentes países.

Ha-Brookshire mostrou aos participantes uma camisa de algodão, disse-lhes que foi fabricada na China e afirmou que era vendida por 40 dólares em lojas de retalho. Depois mostrou-lhes a mesma peça de roupa e disse-lhes que era produzida nos EUA com algodão dos EUA. Os participantes do estudo avaliaram em média a camisa de algodão dos EUA em 57 dólares, um valor que é 42% superior ao da mesma camisa produzida na China.

A investigadora indica que isso revela uma tendência preocupante para os consumidores norte-americanos. «Os americanos tendem a supervalorizar severamente o vestuário produzido inteiramente nos EUA», sublinha. «Isto é preocupante porque, se os americanos colocam valores mais elevados nestes produtos, então consideram esses produtos muito caros e são menos propensos a comprá-los, optando por produtos similares fabricados na China, considerados mais na sua faixa de preço. Para ajudar as empresas de vestuário dos EUA a criar e manter empregos domésticos, os consumidores americanos precisam de ter uma compreensão realista do valor do vestuário fabricado nos EUA», explica Jung Ha-Brookshire.

Como resultado positivo, o estudo evidenciou que os consumidores norte-americanos valorizam o vestuário fabricado com algodão norte-americano, mesmo que os produtos acabados sejam produzidos no exterior.

Quando a investigadora mostrou aos participantes da pesquisa a mesma camisa de algodão e disse-lhes que foi feita na China com algodão dos EUA, os participantes avaliaram a camisa em 47 dólares em média, ou seja, 17% acima de uma camisa com apenas a etiqueta “made in China”.

Ha-Brookshire considera que este valor acrescido não é suficientemente grande para ser proibitivo para os consumidores. «Os produtores norte-americanos de algodão poderão utilizar estes resultados através de uma melhor indicação do vestuário que é fabricado com o seu algodão», considera a responsável. «Atualmente, os retalhistas estão apenas obrigados a indicar onde o vestuário foi fabricado, mas se os consumidores poderem ver que o vestuário produzido na China foi feito com algodão dos EUA, estariam provavelmente mais dispostos a comprá-lo».
 Fonte:http://www.portugaltextil.com/tabid/63/xmmid/407/xmid/41745/xmview/...

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