Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

A juta é uma planta típica de região de várzea; a malva é uma planta inicialmente de terra firme, mas depois adaptada também à região de várzea. No Amazonas, a malva e a juta são cultivadas nos municípios de ANAMÃ, ANORI, BERURI, CODAJÁS, COARI, CAREIRO DA VÁRZEA, CAAPIRANGA, ITACOATIARA, IRANDUBA, MANAQUIRI, MANACAPURU, PARINTINS. A área [...]

A juta é uma planta típica de região de várzea; a malva é uma planta inicialmente de terra firme, mas depois adaptada também à região de várzea. No Amazonas, a malva e a juta são cultivadas nos municípios de ANAMÃ, ANORI, BERURI, CODAJÁS, COARI, CAREIRO DA VÁRZEA, CAAPIRANGA, ITACOATIARA, IRANDUBA, MANAQUIRI, MANACAPURU, PARINTINS. A área total de plantio é de aproximadamente 12.380 hectares, onde foram colhidas aproximadamente 14.700 toneladas de malva e juta entre 2010 e 2011.

Sendo culturas de várzea, os malvicultores e os juticultores trabalham durante boa parte do tempo de uma jornada de trabalho em ambiente inóspito, frequentemente dentro d’água, principalmente na época da colheita, quando o caule (haste) da planta é cortado, para depois permanecer imerso na água para facilitar a retirada da casca (envira), a qual depois de limpa revela as fibras de malva e juta. Esse processo é secular e não têm sido criadas infraestruturas capazes de melhorar significativamente a qualidade de vida desses trabalhadores, assim como aumentar a produtividade e a eficiência de todo o processo, cujo resultado desejado seria o aumento da competitividade do produto no mercado nacional e internacional.

O cultivo de malva e juta é representativo no Amazonas, e, a juta foi uma das principais culturas economicamente viáveis no período da estagnação econômica da região amazônica no período pós-ciclo da borracha. Portanto, embora a juta e a malva tenham sido substituídas pelas fibras sintéticas e outros tipos de embalagens no final da década de 80, nos dias atuais os cenários econômicos nacional e mundial apresentam-se diferentes daquele há 32 anos. Isso significa o surgimento de oportunidades para a criação de programas econômicos para o desenvolvimento do cultivo de malva e juta no Amazonas, bem como o incentivo e o apoio à indústria de sacaria, artesanato e tantos outros produtos, cujas matérias primas são as fibras de malva e juta do Amazonas. Porque dessa forma agrega-se valor às fibras naturais e aumenta-se a competitividade dos produtos finais no mercado, uma vez que os mesmos tornam-se ambientalmente corretos.

Para que a competitividade das fibras de malva e juta seja aumentada, inicialmente, há necessidade de as três esferas governamentais (Federal, Estadual e Municipal), após demandadas pelos juticultores, meio acadêmico e empresários da indústria de sacaria de fibras naturais no Amazonas, elaborarem lei de proteção a essas culturas e além disso criarem as condições para o estabelecimento de infraestruturas capazes de melhorar o processo de produção das fibras e de produção de sacaria no Amazonas.

A partir da colheita, o processo segue com o corte, a maceração, a lavagem, a secagem e o enfardamento das fibras. Segundo informações de técnico do setor de malva e juta do Estado do Pará, o valor de uma diária do malvicultor/juticultor em relação ao preço de um quilograma de fibra de malva/juta é o seguinte, no tempo: em 1938 – 2 kg  = 1 diária; em 1958 – 6 kg =  1 diária; em 1968 – 8,5 kg = 1 diária; em 1997 – 10 kg = 1 diária. Logo se percebe o quanto tem sido baixo o valor de uma diária desses trabalhadores. Pois trabalhar 6 ou 8 horas por dia e receber apenas o valor correspondente a essas quantidades de fibra é muito pouco, considerando-se a quantidade produzida diariamente por cada trabalhador ou trabalhadora, e, o preço de um quilo de fibra de malva e juta. Mesmo que o Governo Estadual do Amazonas tenha estabelecido um preço mínimo para o quilograma do produto, a fim de proteger malvicultores e juticultores, estes continuam ganhando muito pouco.

Deixa-se de publicar o valor atual da diária desses trabalhadores no Amazonas, porque não havia sido encontrada essa informação na ocasião do fechamento desse texto.

 Nos dias 08 e 09 de março de 2012, o Núcleo de Socioeconomia da UFAM (http://nusec.blogspot.com) realizou o I Seminário das Culturas de Juta e Malva no Estado do Amazonas: estado da arte, inovações sociotecnológicas e perspectivas, no Auditório Paulo Bührnheim, no Minicampus da UFAM, no horário das 08:00h às 12:30h. A Coordenação foi da Professora Dra. Therezinha de Jesus Pinto Fraxe, agraciada com o Prêmio Samuel Benchimol, na edição de 2010, destacando-se na categoria Projeto de Natureza Econômica. O objetivo do I Seminário das Culturas de Juta e Malva foi Avaliar e discutir a cadeia produtiva da juta e malva no estado do Amazonas, objetivando agregar valor em toda a rede, desde o produtor até a empresa produtora de sacos de fibras naturais no Amazonas.

Fonte:|http://blogs.d24am.com/educonomia/2012/03/18/malva-e-juta-no-amazon...

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Apesar  de ter trabalhado em um  projeto que tratou de tal problema  ,no  IPT,  SP -  plantação  de  Malva em áreas  secas e  maceração em tanques de forma  controlada - financiado pelo IFIBRAM, infelizmente só  fui saber  agora de tal encontro. Como  acontece  no Brasil o relatório perdeu-se  e  não é encontrado nem no IFIBRAM  e nem no IPT. Quem está interessado no  rpoblema da  industria  têxtil,  por  favor  leiam o relatório  final  elaborado  pelo CGEE/ABDI. Sinto  que poucos leram. O que é lamentável



EDISON BITTENCOURT disse:

Apesar  de ter trabalhado em um  projeto que tratou de tal problema  ,no  IPT,  SP -  plantação  de  Malva em áreas  secas e  maceração em tanques de forma  controlada - financiado pelo IFIBRAM, infelizmente só  fui saber  agora de tal encontro. Como  acontece  no Brasil o relatório perdeu-se  e  não é encontrado nem no IFIBRAM  e nem no IPT. Quem está interessado no  rpoblema da  industria  têxtil,  por  favor  leiam o relatório  final  elaborado  pelo CGEE/ABDI. Sinto  que poucos leram. O que é lamentável

Edson Bittecourt, lembro de voce, meu nome é Arlindo Leão continuo trabalhando no IFIBRAM e ainda temos o relatorio que voce citou, está arquivado no Instituto.

Oi  Arlindo  Grande prazer  em te reecontrar. Gostaria de ter  acesso a  este relatório.Estou trabalhando  na  UFAM  (  também)  e gostaria de  retomar  contato, para  de certta  forma, dar  continuidade  a nosso trabalho Meu e mail  é  e_bittencourt@uol.com.br. Qual  seu email  no IFIBRAM?  Pode me ligar  no  cel  19 97960558

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