“É muito triste. Ao longo de 26 anos construí uma lavanderia que hoje é uma das mais modernas do país. É uma referência. Mas no nicho que atuo, de grande marcas da região, a crise levou a um crescimento tão repentino da inadimplência que achei por bem me planejar para fechar a empresa”. Assim, Lula Moraes, dono da MaqLav, explicou ao GBLjeans a decisão anunciada na semana passada de encerrar as atividades da lavanderia, instalada em Fortaleza, no Ceará.
O anúncio surpreendeu o mercado. Mas, Lula conta que durante oito meses avaliou a saúde financeira do negócio, selecionou clientes, conversou com cada um, reduziu o trabalho da lavanderia para um turno de operação, enxugou o quadro de pessoal para 110 funcionários, cortou custos como o de energia elétrica. Medidas que não se mostraram suficientes. A inadimplência de um grande cliente foi a gota d’água que levou à decisão final na semana passada. “Conversei com todos os colaboradores, pedi que cumprissem o aviso prévio, para entregarmos a produção. Fecho a empresa com ela cheia. Não faltou trabalho”, observa o empresário.
CRESCIMENTO DOS MAGAZINES
Fundada em 1990, a MaqLav mesmo diante do quadro adverso manteve a média de produção de 200 mil peças por mês. Lula avalia que, diferentemente de outras crises econômicas vividas pelo país ao longo dessas quase três décadas, nunca as confecções e marcas foram tão afetadas. “Dá para contar nos dedos de uma mão aquelas que estão conseguindo honrar com seus compromissos financeiros”, afirma o empresário. Ele também aponta outra razão intrínseca ao mercado da moda e, talvez, mais determinante que a primeira.
Na avaliação dele, o segmento foi muito afetado diante do crescimento vivido pelos grandes magazines nos últimos cinco anos em termos de qualidade de moda dos produtos. “Hoje eles têm peças bonitas, volume de produção, melhores custos e preços, e crédito ao consumidor. Esse crescimento dos magazines tem afetado marcas. Isso vai levar a uma mudança radical no mercado brasileiro, e muito rápido”, entende Lula.
PLANOS
Por enquanto, o empresário diz não ter plano ligado ao mercado do jeans. O objetivo é terminar e entregar o que está fazendo, colocar à venda o parque de equipamentos da lavanderia, desocupar o galpão onde funciona a empresa e esfriar a cabeça. Ele tem outros negócios menores, de equipamentos de remoção, do tipo guindaste, e uma fábrica de gravação de CDs de música, que continuarão a ser tocados.
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Taí um debate que eu gostaria de ver aqui, nesta rede social. A pergunta chave é: "Por que PROTEGER o nome de UM CLIENTE que, segundo o próprio empresário, foi o motivo do fechamento da Empresa ("A inadimplência de um grande cliente foi a gota d’água que levou à decisão final na semana passada.") Este CLIENTE não se sente responsável pela demissão de vários empregados que tem a si próprios ou uma família para manter? E ELE, por acaso, não tem pessoas em sua família que estão empregadas em alguma Empresa?
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