Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Marca gaúcha faz roupas infantis ecologicamente correta e sem definição de gênero

Casal de designers criou a coleção para estimular o consumo consciente e quebrar estereótipos

Roupas da marca são coloridas e produzidas com tecidos sustentáveis (Foto: Divulgação)

Roupas de bebê ecologicamente corretas e sem definição de gênero. Esta é a proposta da Matiz, startup criada pelos designers Pedro Benites e Lívia Dall’Agnol. Antes de fundar a própria marca, Lívia, que é designer de moda, trabalhou desenvolvendo coleções para a rede de lojas Renner e foi responsável pelo setor de estamparia da Casa Rima. Enquanto isso, Benites, que é designer gráfico, trabalhava em escritórios de design, com uma rotina intensa e clientes de grande porte.

Com essas experiências, a ideia da dupla era trabalhar de forma diferente. “As empresas geralmente têm muitas pessoas trabalhando em um sistema de produção fatiado, onde tudo acontece simultaneamente”, conta Benites. Em 2014, o casal decidiu unir os conhecimentos e registrar a marca Matiz, que passou a receber a dedicação dos dois em tempo integral. Benites conta que realizou uma pesquisa de mercado e percebeu que as roupas infantis eram padronizadas em tons que não tinham muita diferença entre eles. “A gente queria criar um produto genuíno, que contasse uma história e tivesse valores reais”, afirma.

           A vontade de trabalhar no ramo da moda sempre foi presente nas ideias do casal, mas fugindo do tradicional, com uma identidade para a marca capaz de trazer debates à tona. “É logo na primeira infância que as crianças pegam os valores transmitidos pelos pais e formam ideias na cabeça. Essas crianças serão adultos que farão a diferença e contribuirão para uma sociedade com pessoas mais conscientes no futuro".

Foi com base nesse pensamento que o casal elaborou a essência da marca, que segue pilares fundamentais, como o uso das cores. “É através da cor que os bebês fazem uma série de outros aprendizados. Queríamos uma marca que fosse capaz de ser sustentável e, ao mesmo tempo, cheia de cor”, afirma.

O empreendedor diz que a questão do gênero neutro é crucial para a identidade da Matiz. A proposta da marca é quebrar o estereótipo de rosa para meninas e azul para meninos. As peças produzidas não são separadas por feminino e masculino e os tons mais presentes são o roxo e o laranja.

Além disso, os dois valorizam uma linha de produção justa e, por isso, apostaram em um modelo de cooperativa para a fabricação do vestuário. A associação ‘Unidas Venceremos’ (UNIVENS), uma cooperativa formada apenas por mulheres que trabalham e administram seus próprios negócios, virou parceira da empresa. “Nós queríamos que o nosso produto tivesse uma história completa para contar, desde a concepção até o ponto de venda. Nós acreditamos que um produto é um acúmulo de histórias que, no fim, ganha valor.”

Todas as peças da coleção são produzidas de forma ecologicamente correta, usando algodão orgânico e tecidos feitos de PET. "Cerca de 20 PETs são capazes de render um metro de tecido. Produzir conscientemente é um passo para tornar o consumo sustentável mais comum e atingir cada vez mais pessoas com essa iniciativa, sem limitar o acesso dos consumidores”, afirma.

Com sete meses no mercado, a Matiz recebeu investimento de R$ 10 mil para sair do papel. Hoje, a empresa fatura R$ 7 mil ao mês, vendendo uma média de 130 peças por mês, entre lojas multimarcas em Porto Alegre e no Rio de Janeiro, lojas de design autoral e no site da marca. “Acreditamos que nosso produto teve boa aceitação porque as pessoas também sentem a necessidade de repensar a maneira como estamos educando nossas crianças e estão refletindo cada vez mais sobre a criação de seus filhos. Sentimos que essa preocupação é crescente.”

http://revistapegn.globo.com/Startups/noticia/2016/07/marca-gaucha-...

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