Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Marcas infantis fogem do tradicional e criam peças estilosas para as crianças

Há dez anos, Najara Black resolveu criar sua marca, a N Black, inspirada na moda de rua e no rapper Kanye West. “Percebi uma carência no mercado de moda jovem para o público negro. O que tinha era muito caricato, com túnicas e batas”. Aos poucos, a estilista conquistou uma clientela fiel, que adora desfilar por aí com tshirts divertidas, como a “Cremosa” ou a “Sou Baiana”.

Logo, essa turma começou a pedir para Najara criar camisetas para seus filhos e ela viu na demanda crescente uma oportunidade de negócio. “Quis fugir dos super-heróis e fazer algo mais elaborado. Tenho um sobrinho, Andrei, de 8 anos, e visto ele desde novinho”.

A N Black começou a produzir roupas infantis para atender aos pedidos dos pais, clientes da marca baiana (Foto: Alex Dantas/Divulgação)


Na liderança dos pedidos estão as regatas oversized e as camisetas “Sou Baiano”, “Princesa do Gueto” e a da própria logo da marca. “A bonequinha com cabelo black power é forte. As mães pedem muito e usam como uma afirmação do ser negro”, explica a estilista, que tem entre os clientes o ator mirim JP Rufino, o Azeitona da novela Alto Astral, da TV Globo. “Ele tem 11 anos e visto ele desde os 4 anos com peças descoladas, como bermuda de moletom saruel”, revela.

Essa procura por roupas de criança que fogem do tradicional foi percebida também por Bárbara Borges, que há cinco anos comprou a multimarcas Zepellin e desde então vem incrementando as araras da loja com marcas que atendem ao apelo, como a Fábula, grife infantil da Farm. “Em Salvador, as pessoas gostam de uma loja que tenha de tudo, do barato ao caro, do clássico a coisas diferentes, como a Fábula, que tem estampas exclusivas”, avalia a empresária.

Tanto ela quanto Najara não gostam de vestir as crianças como adultos em miniatura. “Acho que criança tem que se vestir de criança. Tem que viver todas as fases, então procuro por marcas que valorizem isso”, diz Bárbara. “Tenho o cuidado de não fazer nada vulgar. Eles podem ter um estilo, mas não precisam parecer homenzinhos”, acrescenta Najara.

Bebê descolado
Luisa Marques tem apenas 5 meses e um guarda-roupa de dar inveja a muita fashionista. Culpa dos pais Ivan e Lívia, que adoram garimpar roupinhas diferentes para a filha. Fã do Red Hot Chilli Peppers, Radiohead, Foo Fighters e Beatles, Ivan comprou várias peças, entre camisetas e bodies com a logo de suas bandas do coração. Já Lívia procurou por prints mais divertidas. “Sempre que saio com ela é um sucesso. As outras mães querem saber onde compro as roupas”, revela a mãe coruja.

A pequena Luisa Marques, de 5 meses, tem um guarda-roupa cheio de bodies, tshirts e vestidos com estampas de bandas e frases divertidas (Foto: Angeluci Figueiredo)


No início, o casal teve dificuldade para montar os looks descolados da filha e começou a procurar na internet. “A primeira  compra foi em um site da Holanda, depois resolvi pesquisar no Brasil e fiquei surpreso com a quantidade de opções”, garante Ivan.

Para o empresário Paulo Cezar Freire, da loja virtual especializada em roupas infantis Little Rock, os pais estão buscando algo mais exclusivo.  “Acho que tudo está ficando tão  comum, com a televisão e os jornais massificando muito uma coisa, que as pessoas que  não se enquadram estão cada vez mais  procurando por algo diferente”, avalia. “Muitas mães buscam alternativas que fujam dos tons pastel e das estampas mimosas”, acrescenta Claudia Cristina Peralta Picciuto, da loja virtual  666 Rock Shop - Moda Rock, que também atende ao público do rock. 


E-commerce
A Little Rock (littlerock.com.br)  foi criada há dois anos por  Paulo Cezar, em Vila Velha, no Espírito Santo. O até então gerente de suporte e controle de estoque estava cansado de procurar roupas diferentes para o filho,  Cezar, 5, e sempre se deparar com  mais do mesmo. “Fui na Galeria do Rock, em São Paulo, mas encontrei pouca variedade de estampa e modelos para bebês. Como minha sogra costura e eu tenho facilidade para fazer estampas silcadas,  resolvi entrar no negócio”, conta o empresário,  que já garantiu clientes clientes no Brasil inteiro e  até em Portugal com suas peças inspiradas no universo do rock.  “Produzo para crianças do zero aos  12 anos. O líder de vendas é o body com estampas de  bandas clássicas, como Beatles e Ramones”, revela.

Mesmo com pouco tempo de mercado, Paulo Cezar percebeu um aumento na demanda e tratou de diversificar a oferta de produtos. “Antes era só roupa de criança, hoje temos chupetas diferentes, CD com canções de ninar de bandas como Beatles e Pink Floyd e até livros educativos com  personagens do rock”, diz. A média de preços das roupas varia de R$ 30 a R$ 45.

A 666 Rock Shop - Moda Rock (666rockshop.com.br) também atende a um público que quer vestir os pequenos com suas bandas preferidas.  “A aceitação deste tipo de produto no mercado é grande. É sabido que o rock não é a preferência do grande público brasileiro, no entanto, o ritmo nunca esteve tão presente nos eventos musicais e principalmente  na moda”, avalia Claudia, que lançou a marca em 2009.

Psicóloga, ela  montou a loja virtual depois de 13 anos atuando no setor de RH de grandes empresas. “A escolha do segmento se deu por afinidade e pela demanda destes produtos quando comecei a revende-los informalmente. Devido a uma maior procura por body de bebê e camisetas infantis, fiz uma pesquisa e constatei haviam pouquíssimas lojas especializadas neste segmento para o público infantil, no Brasil. Decidi investir neste mercado e montar o e-commerce”.

Segundo Paulo Cezar, o  mais difícil é a produção das peças, mas nada que comprometa o negócio. “A mão  de obra é mais cara por ser mais qualificada, já que fazer roupa de criança é mais  difícil de costurar, isso recai no preço, mas a gente procura trabalhar de forma honesta”, garante.

http://www.correio24horas.com.br/detalhe/noticia/marcas-infantis-fo...

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MAIS QUE BELAS PORCARIAS, JAMAIS USARIA UMA PEÇA DESTAS EM UM FILHO

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