Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

O agravamento da crise econômica, com aumento do desemprego e queda na renda das famílias, prejudicou o varejo de moda neste ano. Mas as companhias que se dedicam à venda de produtos de alto valor agregado ou linhas populares sofreram mais que as redes dedicadas a atender a classe média.

 

Marcela Viana, analista de pesquisa da Euromonitor International, diz que a crise reprimiu o consumo nas classes C, D e E e mudou hábitos da classe B. "As empresas posicionadas como quase luxo, passam por dificuldade porque a classe B compra de forma mais racional, seja reduzindo o número de itens, seja buscando mais promoções", afirmou a analista.

 

O desempenho das companhias abertas no terceiro trimestre refletiu essa tendência. No período, marcas como Mandi, VR e Alexandre Herchcotitch (da Inbrands), Le Lis Blanc, Bo.Bô e Dudalina (da Restoque), Osklen (da Alpargatas) e Arezzo (da Arezzo & Co.) apresentaram queda em vendas no conceito mesmas lojas (unidades abertas há mais de 12 meses). Esse conceito é usado para avaliar a capacidade de uma varejista crescer atendendo o mesmo público.

Valor Economico

Já varejistas que operam com marcas intermediárias, como Renner e Alpargatas, tiveram melhor resultado, com crescimentos em vendas no Brasil de 19,2% e 10%, respectivamente. "Essas redes com foco na classe B têm uma estrutura operacional mais sólida e conseguem lidar melhor com a crise", afirma Marcela. Ela também diz que essas redes atraem uma parte da classe B que quer economizar.

 

Maurício de Almeida Prado, sócio-diretor da empresa de pesquisa Plano CDE, acrescenta que essas redes também se beneficiam com uma parcela da classe C que reduziu as compras, mas optou por marcas que considera relevantes, para melhorar sua imagem e obter um emprego melhor na crise.

 

Maximiliano Bovaresco, analista de marcas e sócio-diretor da Sonne, avalia que, independentemente da classe social, existe uma preocupação dos consumidores em comprar melhor gastando menos. Isso envolve restrição no volume de compras, ou no valor gasto. "Para as marcas consideradas premium, a adaptação é mais difícil, porque baixar preços pode dar a impressão que a marca se popularizou demais. Muitas empresas preferem perder vendas e manter a força da marca", afirma Bovaresco.

 

Na outra ponta, as varejistas de moda que trabalham com marcas populares enfrentam dificuldades para operar com preços e mix de produtos que atraiam mais consumidores. No terceiro trimestre, Marisa, Hering e Grendene apresentaram queda em vendas. "Para as classes com renda mais baixa, a busca por promoções se intensificou", avalia Prado, da Plano CDE.

 

Sidnei Abreu, diretor-executivo da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex), considera que a classe C reduziu mais as compras neste ano. "Essa parcela da população teve um impacto forte neste ano com a inflação da cesta básica. E certamente terá desafios em 2016 similares aos de 2015", diz.

 

Heitor Klein, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), não arrisca projeções para 2016, mas diz que espera um ano difícil para o setor calçadista. "Ainda há muitas incertezas no Brasil, em função do câmbio e da retração do consumo. Mas é lógico esperar que em 2016 não teremos uma evolução mais positiva", afirma Klein.

 

Para a consultoria Iemi Inteligência de Mercado, o varejo de moda tende a recuperar-se mais rapidamente que outros segmentos, como o varejo de linha branca e de móveis.

 

"Existe uma necessidade maior de renovação de roupas e calçados, porque são produtos que duram menos", diz Marcelo Prado, diretor da Iemi Inteligência de Mercado. Ele também considera que o consumidor que deixou de comprar itens de linha branca, eletroeletrônicos e automóveis está menos endividado e pode consumir outros produtos, como roupas. "Nos primeiros seis meses a um ano da crise, o setor de vestuário sofre, mas em seguida retoma vendas, porque são produtos de necessidade cotidiana", acrescentou.

 

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   Sidnei Abreu, diretor-executivo da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex), considera que a classe C reduziu mais as compras neste ano. 

   "Nos primeiros seis meses a um ano da crise, o setor de vestuário sofre, mas em seguida retoma vendas, porque são produtos de necessidade cotidiana",.

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