Em meio à desaceleração, agregador de marcas pode elevar venda de moda.
Frente a desaceleração das vendas do varejo têxtil, os marketplaces, agregadores de marcas em plataforma única, aparecem como um alento. Para empresas de todos os portes, o espaço ganha atenção do mercado em função do maior volume de venda frente aos e-commerces tradicionais e retorno financeiro robusto.
Apesar de todas as categorias dos marketplaces terem avanço, a quem tem ganhado maior atenção é a de moda, que segundo dados do Webshoppers, em volume de venda, é líder no canal on-line com 15% de participação. “O marketplace atrai atenção devido ao alto tráfego de pessoas que usam o canal como forma de comprar pela internet”, afirmou em entrevista ao DCI o presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABCcom), Mauricio Salvador.
Segundo o especialista – na contramão de outros setores do varejo – o marketplace cresce por ser um canal complementar para muitas operações, e oferece ao consumidor oportunidade de comparar preços antes da finalização da compra. “Vimos grandes marcas apostando no canal como a Dafiti e a Netshoes, mesmo elas sendo operações on-line de grande volume de venda. Elas se baseiam no tráfego de visitas dessas operações para alavancar seus resultados “.
Outro case mencionado pelo especialista foi o do Mercadolivre que, há cerca de três anos, passou a dar maior atenção à categoria de moda e acessórios. “Com tráfego de visitantes no site (mais de 13 milhões ao mês), o Mercadolivre conseguiu se aproveitar dessa vantagem para atrair parceiros”, enfatizou ele.
Essa maior atenção ao mercado fashion e de acessórios foi confirmado pelo gerente da área de Moda da empresa, Mauro Lopez. “No Mercadolivre a gente consegue a democratização da moda. Dar acessibilidade as pequenas marcas ou confecções de venderem junto as grandes”, disse.
Democratização da moda
Lopez afirmou que essa democratização proposta pelo player faz a marca de vestuário A Colorida vender em linha com a Khelf, mesmo ela sendo menos conhecida. “A oportunidade de venda é a mesma”. No primeiro semestre a categoria de moda cresceu 34% na comparação com 2014 na loja virtual. “Acredito que em três anos conseguiremos atingir a consolidação do canal moda e em curto prazo, ser o maior e-commerce de moda da América Latina”, enfatizou ele.
A plataforma mantém hoje parceira com grande nomes como OQvestir, Planet Girls, Word Tennis somando 70 lojas oficiais na operação do Brasil, e 1,3 mil vendedores de roupas e acessórios na plataforma, na América Latina. Lopez afirmou que continua em busca de novos parceiros para compor sua gama de lojas oficiais e que impulsionar estilistas e marcas também está nos planos da empresa para alavancar o canal de moda. “Temos o projeto de boutiques na Argentina que vai ser replicado no Brasil em breve. Em primeira mão te falo que estamos com um projeto com a Jussara Romão para ‘startar’ estilistas”, concluiu.
Feito a mão
Mesmo sendo um canal conhecido pelos itens artesanais o Elo 7 também vê a moda como promissor. “Ele tem crescido e geralmente são estilistas iniciantes que buscam o canal para começar a vender produtos”, afirmou o CEO do Elo 7, Carlos Curioni.
O executivo ressaltou que, mesmo com o potencial da categoria o foco do site são os produtos artesanais e que a empresa tem investido para entender quem são seus consumidores. “Nós tínhamos a percepção que era o público feminino e por meio de pesquisa identificamos que 97% dos clientes são mulheres”.
Essas mulheres tem em média de 37 anos – os homens 40 – e esses consumidores concentram-se mais em São Paulo. “Na sequência vem o Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná”, disse.
Curioni afirmou que com esses dados à plataforma conseguirá melhorar o seu desempenho em vendas, além de trazer melhor retorno aos vendedores cadastrados. “Projetamos R$ 179 milhões de volume de venda este ano”.
Fonte: DCI