Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

As Filipinas e a China têm, atualmente, os salários mais elevados, em comparação com o custo relativo de vida, para os trabalhadores da indústria de vestuário, de acordo com uma análise que revela ainda que países como Marrocos, Egito e Tailândia pagam bastante abaixo do salário de subsistência.

Marrocos [©International Trade Centre]

O estudo do Just Style, que abrangeu 24 países produtores de vestuário, mostra que há regiões que estão a ficar para trás em termos de salário e condições dos trabalhadores, assim como há países que podem ter sido mais afetados pela pandemia de covid-19.

As estimativas de salário realizadas pela GlobalData, que detém o Just Style, foram comparadas com as estimativas de um salário de subsistência determinadas pela WageIndicator Foundation para identificar os países onde os trabalhadores da indústria de vestuário recebem um salário mais justo.

Dos 24 países estudados, a maior diferença entre o salário estimado de um trabalhador da indústria e o salário de subsistência para uma família de dois adultos e duas crianças registou-se em Marrocos – o equivalente a 306 dólares por mês (cerca de 278 euros) –, seguido do Egito (294 dólares por mês), Tailândia (251 dólares) e Vietname (233,5 dólares).

Do outro lado da escala encontram-se as Filipinas (com apenas 30 dólares abaixo do salário de subsistência mensal) e a China (40,5 dólares abaixo do salário de subsistência).


Egito [©ILO/Marcel Crozet]

A diferença entre o salário e o custo de vida era já considerável na maior parte dos países antes da pandemia, mas aumentou em muitos mercados desde então. Os problemas causados pelo covid na maior parte dos países exportadores de vestuário refletiram-se nas condições e nos salários pagos aos trabalhadores da indústria têxtil. A encabeçar a lista dos riscos colocados pelo próprio vírus, um estudo da Clean Clothes Campaign concluiu que houve cortes salariais um pouco por todo o mundo durante a pandemia, juntamente com um aumento das horas extraordinárias.

Um estudo independente da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostrou que, numa amostra de 17 países, se perderam, em média, 34% de horas de trabalho e 15% de empregos no sector do vestuário no segundo trimestre de 2020 e 15% e 6%, respetivamente, no terceiro trimestre de 2020, em comparação com os mesmos períodos do ano anterior. Em abril de 2021, a mesma organização estimava que 44% de todos os empregos na cadeia mundial de aprovisionamento de vestuário estavam a sofrer com impactos adversos.

Trabalho infantil e forçado cresce

Os cortes salariais e o aumento das horas de trabalho não são os únicos aspetos negativos que o covid trouxe para os trabalhadores da indústria de vestuário em todo o mundo. O agravamento da pobreza, o impacto da doença nas famílias e o encerramento de escolas levou a um retrocesso nos progressos que estavam a ser feitos ao nível do trabalho infantil, com os modelos da OIT a preverem uma subida no trabalho infantil de 8,9 milhões de crianças até ao final de 2022 como resultado da pandemia.


China [©ILO/Marcel Crozet]

Muitos países ainda usam trabalho infantil e forçado na produção de vestuário. Em 2020, cerca de 44% de todas as exportações mundiais de vestuário eram provenientes de nações com más práticas laborais.

De acordo com os números compilados pela GlobalData, a maior parte dos países onde ainda ocorre este tipo de prática situam-se na região da Ásia-Pacífico, muitos dos quais são grandes exportadores de vestuário. O número de países na lista tem vindo a aumentar, com o México a ser uma nova adição desde 2018, ano em que foi efetuada a última análise.

A maior parte do vestuário produzido nestes países acaba a ser vendido em mercados mais ricos. Segundo os dados da UN Comrtrade, os países com maiores taxas de importação de vestuário de países com problemas de trabalho infantil ou forçado são os EUA, a Alemanha, o Japão e o Reino Unido. «Embora os números não mostrem que quantidade de vestuário importado foi feito com recurso a trabalho forçado, dá uma ideia de onde este tipo de artigo pode acabar», salienta o Just Style.

FONTEJUST STYLE
https://www.portugaltextil.com/marrocos-abaixo-do-salario-de-subsis...
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