Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Medidas buscam aquecer indústria e enfrentar ‘dragão chinês’

O plano anunciado pelo governo beneficia setores calçadista, de móveis e confecções. Empresários terão custo menor na contratação de funcionários.

O governo anunciou na terça-feira (2) medidas para aquecer alguns setores da indústria. Os fabricantes de calçados, móveis e confecções foram beneficiados. É uma reação contra o dragão chinês, que está inundando os mercados mundiais com produtos de preços muito baixos. Uma das medidas anunciadas é a desoneração, ou seja, a redução nos impostos que os empresários pagam. O custo de contratação dos trabalhadores, por exemplo, ficará menor.

Uma tecelagem já chegou a exportar 60% da produção. Nem faz muito tempo. Foi há dois anos. Hoje, só 30% do que sai dessas máquinas têm como destino o mercado internacional. É que, com a valorização do real, o produto nacional ficou caro lá fora.

“Nossos tecidos aumentaram de preços, perdemos a competitividade com a concorrência dos outros países asiáticos, ou mesmo americanos e europeus”, aponta a empresária Rosina Bitter.

Para tornar a indústria brasileira mais competitiva, o governo anunciou um conjunto de medidas. Uma das principais reduz custos com a folha de pagamento de indústrias que empregam muita mão-de-obra.

Indústrias de confecção, calçados, móveis e softwares não vão recolher a contribuição de 20% para a Previdência até o fim do ano que vem. No lugar, pagarão um percentual sobre o faturamento.

“A partir do momento que você desonera a mão-de-obra, cria incentivos à exportação e desonera o investimento, você cria mais competitividade e mais condições”, afirma Alfredo Bonduki, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil.

E tem mais: na hora de comprar, o governo dará preferência a empresas nacionais, principalmente as que geram mais empregos e investem em tecnologia, mesmo que isso custe até 25% mais caro. Exportadores de bens industrializados vão receber de volta o equivalente a 3% da receita da venda para o exterior, uma compensação pelos impostos pagos ao longo da cadeia produtiva.

O governo também vai reduzir impostos sobre a compra de máquinas e equipamentos para a indústria, materiais de construção, caminhões e veículos. Com as medidas, a Receita abre mão de arrecadar cerca de R$ 25 bilhões em impostos nos próximos dois anos e espera compensar isso com o aumento das exportações.

“Nós temos desafios, que certamente são muitos, mas eles estão corretamente identificados e com sentido de urgência para que possamos dar competitividade a toda nossa indústria nesse mundo que nós não podemos dizer pós-crise porque ainda temos na Europa, nos Estados e em alguns outros países dificuldades a serem superadas”, afirma Robson Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria.

A presidente Dilma Rousseff disse que é preciso garantir condições tributárias e de financiamento adequadas para estimular os investimentos produtivos e gerar emprego no país. “É preciso proteger nossa economia, nossas forças produtivas, nosso mercado consumidor, nosso emprego”, declarou a presidente Dilma Rousseff.

“Considerando que se trata de um início, deverá ser seguido de outras medidas. E nós vamos cobrar”, garantiu o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.

Para dirigentes sindicais e a oposição, o que foi anunciado não resolve o problema da indústria brasileira. “Não garante uma proteção integral e um apoio de uma política industrial integral para o conjunto todo da indústria brasileira”, acredita o deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP), líder do partido na Câmara.

“Nós achamos que as medidas foram fracas e insuficientes, tímidas e insuficientes para atacar de frente esse grande problema que a nação passa hoje que é a desindustrialização”, defende Miguel Torres, vice-presidente da Força Sindical.

Mas o governo está confiante. “Se tudo correr bem, nós vamos aos poucos estender esse procedimento para o restante do setor produtivo brasileiro. Acho um instrumento muito moderno, que nunca foi usado antes na economia brasileira”, disse o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel.

Essas medidas vêm na hora em que um levantamento da Confederação Nacional da Indústria mostra que 48% das empresas exportadoras brasileiras perderam participação no mercado externo no ano passado.

Fonte:|http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011/08/medidas-buscam-a...

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