Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Medidas de Incentivo Amenizam, mas não Evitam o Tombo do Setor Industrial

Apoio do governo não provoca reação consistente e o nível de atividade segue abaixo do registrado em 2009

Indústria mecânica cresceu acima da média, mas atua como fornecedora de empresas que estão revendo investimentos para baixo devido à crise global, como a Petrobras

A indústria brasileira patina sobre uma sucessão de ensaios de recuperação, intercalados por perda de produção nos últimos 20 meses, desde a primeira medida adotada pelo governo federal para reanimar o setor.

Distante ainda da reação esperada no gabinete da presidente Dilma Rousseff, o nível de atividade das fábricas está, na média, abaixo do de fevereiro de 2009, quando as empresas entraram no vermelho, sob os impactos da crise financeira global que estourou em setembro de 2008.

Na melhor hipótese, a era de benefícios lançados a partir do Plano Brasil Maior, em agosto de 2011, evitou o agravamento da curva descendente, depois de a Europa ter sido sacudida pela turbulência na economia, há mais de dois anos.

Foi essa a conclusão do economista Felipe Queiroz, analista da empresa classificadora de risco Austin Rating, ao cruzar os dados mais recentes sobre a evolução da produção industrial no acumulado de 12 meses, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com o período anterior à crise de 2008 e o calendário do pacote de estímulos. O cenário internacional desfavorável, a dificuldade do governo para estabelecer um câmbio que atenda a indústria nas exportações e a postergação de investimentos em infraestrutura têm anulado os efeitos da política de apoio ao setor.


“Mesmo que as medidas tenham evitado uma queda maior do nível da produção, elas esbarram em fatores externos à vontade do governo e das empresas, com efeitos que não passam de picos de oscilação, melhoras intermitentes de um ou dois meses”, afirma Felipe Queiroz. O levantamento do IBGE nos últimos 12 meses acumulados até março mostrando queda de 2% da produção industrial brasileira confirma a análise. Em fevereiro de 2009, a queda havia sido de 1%. A indústria mineira segue comportamento semelhante, apesar de números mais alentados. A produção estadual cresceu 1,4%, ante 1,6% na média de 2008.


Queiroz lembra que antes mesmo da criação do Plano Brasil Maior o governo vinha adotando estímulos à economia, a exemplo da concessão, em dezembro de 2010, de incentivos fiscais a títulos de longo prazo relacionados a projetos de infraestrutura, e da criação de fundo para estimular a liquidez desses títulos no mercado secundário. A crença anterior em resultados expressivos das medidas de estímulo à indústria, para o analista da Austin Rating, surgiu de uma visão centrada no mercado interno. “A crise externa influencia. A Europa vai continuar em situação complicada ou se estabilizar, na perspectiva mais otimista. Os Estados Unidos estão se recuperando e a China crescerá menos neste ano”, afirma.

LONGE DO PICO
A justificativa de que as primeiras medidas, a exemplo da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis e do lançamento da linha de crédito Proinvest, foram pontuais não explica o movimento da produção industrial, uma vez que logo no meio de 2012 o pacote de desoneração foi ampliado. O nível de atividade das fábricas está negativo desde janeiro de 2012, observa o analista do IBGE em Minas Antônio Braz de Oliveira e Silva. Na média do Brasil, a indústria se encontrava em março 3,4% abaixo do ponto máximo, atingido em julho de 2008, e exibiu taxa 1,4% inferior ao nível de outubro do ano passado, maior variação recente do indicador da produção.


Os números da série com ajuste sazonal indicam para a indústria mineira níveis 8,6% e 8,3% mais baixos, respectivamente, na mesma base de comparação. “Em 2011, chegamos perto do nível da produção antes da crise mundial, mas a indústria não voltou mais a esse ritmo”, diz Antônio Braz e Silva. Até fevereiro, apenas três dos 12 setores da indústria mineira tiveram desempenho melhor do que em agosto de 2011: o segmento têxtil saiu do resultado negativo de 7,2% para taxa positiva de 4,8%, enquanto a produção de refino de petróleo e álcool subiu de 3% negativos para 11%. Beneficiada com a redução do IPI, a indústria automotiva respondeu melhor, saindo de 3,3% para 7,6% no período.


Na avaliação de Felipe Queiroz, da Austin, apesar da taxa baixa de crescimento da economia estimada pela consultoria em 3% neste ano, as medidas de estímulo à indústria ainda terão impacto. As obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), por exemplo, terão de acelerar para atender os eventos da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. A possibilidade de uma taxa de câmbio um pouco mais desvalorizada pode ajudar segmentos como a indústria têxtil. Queiroz mantém projeção de crescimento em torno de 2,8% da produção industrial brasileira em 2013, ou de 3% numa perspectiva mais favorável.

Fonte:|http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2013/05/12/internas_econo...

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