Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Melhora déficit da balança comercial do setor têxtil

No primeiro semestre deste ano, o déficit da balança comercial do setor têxtil e de confecção, que foi de US$ 1,52 bilhão, diminuiu 44,97% em relação ao saldo negativo de US$ 2,76 bilhões verificado em igual período do ano passado. A melhoria no resultado deve-se principalmente ao acentuado recuo das importações (-39,12%), de US$ 3,30 bilhões para US$ 2,01 bilhões. As exportações retrocederam 9,11%, caindo de US$ 539 milhões para US$ 490 milhões. Todavia, a queda é menor do que no mesmo período do ano anterior.

A análise é da Abit, a partir de dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). O presidente da entidade, Rafael Cervone, explica que o fator cambial ainda está influenciando bastante o comércio exterior, contribuindo para a redução do déficit da balança comercial. “O setor tem feito grande esforço, mesmo em meio à grave crise nacional, no sentido de ganhar mais espaço no mercado interno e sustentar e ampliar as vendas externas”.

No tocante às exportações, Cervone enfatiza a importância do Programa de Internacionalização da Indústria da Moda Brasileira (Texbrasil), que atua no desenvolvimento de estratégias para conquistar o mercado global e já auxiliou cerca de 1.500 marcas a venderem para outros países. A iniciativa, que já dura 16 anos, é uma parceria da Abit e da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).

Produção física - No período de janeiro a maio de 2016, a indústria de transformação recuou 9,2%, o segmento têxtil caiu 13% e o de confecção retrocedeu 11,6%, em comparação com o mesmo período do ano anterior. No comparativo mai.16/mai.15, o setor têxtil apresentou queda de 6,1% e o vestuário apresentou retração de 12,3%.

Emprego - O saldo da geração de empregos no setor têxtil e de vestuário, no período de janeiro a junho de 2016, foi de -8.438 e na indústria de transformação, -139.927.

Na comparação entre junho de 2016 e o mesmo mês de 2015, o setor têxtil e de vestuário teve 783 postos fechados, contra 8.386, o que já apresenta melhora do setor.

BRASIL

2014

2015

Últimos 12 meses

Jan/Jun - 2016

Indústria de Transformação

-163.817

-608.878

-591.004

-139.927

Têxtil e Confecção

-20.774

-98.825

-92.701

-8.438

Pesquisa conjuntural Abit - Em pesquisa realizada pela Abit com os empresários do setor, para 43% dos respondentes, a produção de junho/16 foi acima do esperado se comparada com junho/15. As vendas foram acima do esperado para 48% dos entrevistados em junho/16 comparado a junho/15.

Em relação ao nível de emprego, 46% declararam que em junho/16 o quadro de trabalhadores ficou um pouco abaixo se comparado ao mesmo período do ano anterior. Porém, para 25% dos entrevistados, os quadros foram mantidos igualmente ao que se tinha em junho/15.

Os investimentos ainda refletem a insegurança dos empresários, haja vista que 58% dos entrevistados disseram ter investido em junho/16 num nível abaixo frente a junho/15. No entanto, 30% declararam que conseguiram manter o mesmo nível que no período anterior.

A inadimplência continuou crescendo e foi apontada por 70% dos respondentes para junho/16, sendo que desses, 18% considerou um nível muito superior do que registraram em junho/15.

Apesar da taxa de câmbio estar devolvendo alguma valorização ao Real, o interesse em exportar aumentou em julho/16 para 82% dos empresários entrevistados, dos quais 41% desejam inserir-se no mercado internacional no prazo de um ano.

Investimentos - O desembolso do BNDES para o setor foi de R$ 146,1 milhões de janeiro a março de 2016 contra R$ 291,2 milhões no mesmo período de 2015.

No que tange a importação de máquinas e equipamentos, nos meses de janeiro a junho de 2016 houve queda de cerca de 47,21% em relação ao mesmo período de 2015. Passando de US$ 223,85 mi de janeiro a junho de 2015 para US$ 118,16 mi no mesmo período de 2016.

Em milhões de reais (R$)	Jan-Mar/2015	Jan-Mar/2016	Var.%
INDÚSTRIA TÊXTIL	156,3	49,7	-68
INDÚSTRIA DE CONFECÇÃO	134,9	96,4	-29
CADEIA TÊXTIL E DE CONFECÇÃO	291,2	146,1	-50
PARTICIPAÇÃO NO DESEMBOLSO TOTAL	0,88%	0,81%