Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

A conclusão é de um estudo da GlobalData que, face à incipiência da tecnologia, considera que, para a indústria da moda, os riscos do metaverso superam as vantagens. Mas a situação pode alterar-se a longo prazo.

Gucci Garden no Roblox [©Roblox]

O estudo The Metaverse in Retail and Apparel antecipa que o metaverso deverá gerar mais de 627 mil milhões de dólares (aproximadamente 558,5 mil milhões de euros) em 2030, com uma taxa de crescimento anual composta de 34% entre 2022 e 2030.

Contudo, refere o estudo, citado pelo Just Style, o metaverso está ainda numa fase inicial e a sua trajetória futura no retalho de moda continua incerta. O documento da GlobalData destaca que, juntamente com uma abrangência limitada em termos de audiência, já que a tecnologia não foi adotada pela generalidade dos consumidores, isso significa que podem haver mais riscos do que benefícios para a indústria do vestuário e retalho.

A cadeia de valor do metaverso está dividida, segundo o estudo, em quatro camadas: fundação, ferramentas, interface do utilizador e experiência. A primeira diz respeito às tecnologias necessárias para a computação, sistemas de gestão de dados e infraestruturas descentralizadas. Já a camada das ferramentas permite aos desenvolvedores de plataformas e de aplicações combinar motores 3D, inteligência artificial, visualização e instrumentos de pagamento para criar experiências e modelos de negócio. A parte da interface do utilizador compreende os dispositivos que permitem aos consumidores entrar no metaverso, enquanto a última camada envolve a experiência virtual de atividades como colaboração entre empresas, jogos, redes sociais, comércio eletrónico e eventos ao vivo.

É nesta última que o sector do vestuário e retalho se deve concentrar, de acordo com o estudo, que sugere que os atores da indústria explorem a perspetiva de investirem em tecnologias para melhorar a experiência dos consumidores no espaço virtual. Até porque, realça, é a qualidade da experiência do consumidor numa plataforma de metaverso que vai determinar o seu sucesso a longo prazo. Há atualmente várias experiências em desenvolvimento, incluindo mundos virtuais, avatares, ferramentas de colaboração e eventos ao vivo.

Entre os players do sector do vestuário e retalho que já integraram o metaverso nas suas estratégias estão as marcas de sportswear Adidas e Nike, o marketplace chinês Alibaba, a Inditex e a marca de calçado Vans, enumera.

«O metaverso é uma nova tecnologia que é onerosa de instalar e de compreender, o que também torna altamente improvável que possa vir a substituir a componente física da experiência de compra», considera a GlobalData.

A tecnologia pode, contudo, ser integrada como ferramenta de marketing, permitindo chegar a uma audiência específica, particularmente a Geração Z, e criar experiências imersivas mais envolventes e menos intrusivas do que aquilo que os consumidores experienciam hoje em dia.

Por exemplo, casas de moda como a Gucci e a Balenciaga, entraram no metaverso como participantes em experiências existentes no Roblox ou criando lojas ou espaços exclusivos dentro da plataforma.


Vans World no Roblox [©Vans]

Da governança à cadeia de aprovisionamento

No estudo, a GlobalData refere ainda outras possíveis aplicações do metaverso além do marketing, nomeadamente a melhoria das práticas ambientais, sociais e de governança dos retalhistas de moda, fornecendo alternativas virtuais aos espaços físicos para os consumidores. Por exemplo, a utilização de ambientais virtuais reduz o desperdício, uma vez que os consumidores podem experimentar versões digitais de produtos físicos antes da compra. Pode ainda facilitar o envolvimento dos retalhistas com comunidades e causas sociais, através, nomeadamente, de angariações de fundos no mundo virtual.

O metaverso tem igualmente o potencial de aliviar a pressão nas cadeias de aprovisionamento, contribuindo para a colaboração entre fornecedores e retalhistas. A ideia do metaverso ser usado nas cadeias de aprovisionamento segue um conceito similar ao que é já usado nos gémeos digitais. O metaverso, aponta a GlobalData, pode melhorar esta tecnologia, permitindo o encontro entre os mundos físico e virtual. Á medida que as cadeias de aprovisionamento se tornam mais digitais em todos os sectores, o metaverso pode abrir novas oportunidades de conectividade e transparência, sublinha.

O estudo conclui que o sector deve continuar a monitorizar a evolução do metaverso e a avaliar de que forma este se pode alinhar com os seus objetivos a longo prazo. Realça ainda que, em algum ponto no futuro, o metaverso pode dar fornecer melhores experiências aos consumidores e gerar novos modelos de negócio.

FONTEJust Style

https://portugaltextil.com/metaverso-ainda-tem-mais-riscos-que-bene...

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