O ofício de confeccionar e comercializar moda festa é uma tradição em Minas Gerais. Marcas como Vivaz, M Rodart, Patrícia Bonaldi e outras ganham espaço no mercado e destaque em eventos, como o Minas Trend (MW), que aconteceu entre os dias 07 e 10 de abril, em Belo Horizonte. Segundo a organização, a 14ª edição do Minas Trend teve um incremento de 15% no número de compradores em relação à edição anterior que compreendeu os lançamentos de Inverno. Quanto ao número de expositores, foram 254 empresas, um crescimento de 23,9% em comparação à Primavera/Verão passada, sendo que 120 grifes eram de vestuário. 


Salão contou com mais empresas expositoras e mais visitantes - crédito: Sebastião Jacinto Júnior


Apesar da cultura de roupas para ocasiões especiais, grifes mineiras com peças casuais também participaram do salão de negócios e trabalham para se fortalecer no mercado. É o caso da Patrícia Motta, empresa que comemorou 20 anos de existência durante o evento e tem como expertise o trabalho diferenciado em couro mesclado com outros tecidos. Para Natália Miranda, gerente de Marketing, a participação no MW é positiva. “Participamos desde a primeira edição, nos traz grande visibilidade e os clientes nos procuram para realmente fazer negócios”, afirma.  Com uma coleção com jaquetas em alfaiataria e trabalhos de estampas no couro, Patrícia Motta levou um preview com 70 peças para mostrar aos clientes que visitaram o espaço. Além disso, as coisas andam bem para a empresa: são quatro mil produtos fabricados por ano na fábrica em Belo Horizonte, duas lojas de varejo na mesma cidade, um showroom em São Paulo, mais um espaço na capital paulista com atendimento VIP – apenas com hora marcada. Sobre o crescimento? “Tivemos uma expansão de 20% no faturamento  e estamos presentes em um showroom fixo em Paris”, detalha Miranda.


Peças da marca expostas no Minas Trend, que foram desfiladas na semana anterior no SPFW 

Outro expositor que está longe dos brilhos e paetês da moda festa, mas não do trabalho cuidadoso é a Maison Revolta, marca estreante no salão e com cinco meses de atividade.  Criada por dois sócios – François Lafargue, responsável pelo Marketing e Rogério Vasques, estilista – este último tendo atuado como assistente de nomes como Balenciaga e Karl Lagerfeld, tem como essência o couro em um mix com malha, gabardine, tule e musseline “100% Made in Brazil”. “Já produzimos duas coleções, cada uma com 500 peças. Estamos presentes em quatro multimarcas, vendas online em nosso próprio site e na Farfetch”, disse Vasques. Ainda de acordo com os sócios, a temporada de Verão conta com 35 modelos feitos dentro conceito de “couro tropical”, material mais leve para acompanhar as altas temperaturas da estação.


Maison aposta em modelagens que mesclam elementos masculinos com femininos

Segundo a Abit, o Brasil é o terceiro maior produtor de denim e como não poderia deixar de ser, o MW também teve a presença de expositores de jeanswear, como a DBZ Jeans. Os 12 anos de vida no mercado da empresa trouxeram expansão de 14% no faturamento do último ano e a conquista da distribuição dos produtos por 853 multimarcas no País. Os números positivos não param por aí: são 240 mil modelos fabricados por ano, 75 funcionários diretos e um showroom em Belo Horizonte, além da previsão da chegada em outros países. “Já iniciamos um trabalho intensivo para a comercialização na América Latina entre 2015 e 2016. A pretensão final é chegar na Europa e Estados Unidos”, garante Valleria Melo, gerente comercial. No âmbito das roupas, entre os materiais utilizados para o desenvolvimento dos looks estão o denim, elastano, jacquard, sarja e malha prene, o que faz cada artigo alcançar o valor médio de venda final entre R$ 260 e R$ 300. “Um dos artigos que mais vendemos são as calças com a tecnologia Elasfit ®, que valoriza o corpo feminino, traz conforto e melhor caimento”, disse Pollyana Buzeti, diretora de Produto.


Pollyana Buzeti, diretora de Produto, mostra peça da coleção de Verão 2015
Já que a semana de moda enfatiza os lançamentos para a temporada mais quente do ano é quase impossível não falar de moda praia e apesar de Minas Gerais não ter litoral, Teresinha Martins, proprietária da Sol e Ondas, participou com sua grife de beachwear.  O negócio não é novo, tem 22 anos de história e esteve presente em feiras internacionais como a Mode City, além de exportar para Espanha, Itália e França. Com fábrica e loja própria em Patos de Minas, interior de MG, chega a produzir até três mil peças por mês. “Nosso trabalho é todo voltado para o valor agregado e temos uma cultura de artesanato muito grande”, explica a empresária.  O preço médio de um biquíni bordado fica em torno de R$ 150 e está focado na classe A/B, além de englobar os tamanhos grandes também. “Costumo dizer que vendemos um maiô com qualidade de vida. Geralmente, a cliente compra o produto para fazer hidroginástica, por exemplo. Não está apenas ligado à viagens”, completa.


Teresinha Martins afirma que 2013 foi um ano de crescimento para a marca