Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Moda brasileira deve se desenvolver em nichos de mercado, diz consultora

Modelos apresentando roupas de Coca Cola clothing durante o Rio Fashion Week em 18 de abril de 2013 (Christophe e Simon/AFP/Getty Images)

Modelos apresentando roupas da marca Coca Cola durante o Rio Fashion Week em 18 de abril de 2013 (Christophe e Simon/AFP/Getty Images)

Diferenciação e aumento de valor agregado nos vestuários é o caminho para o desenvolvimento da moda brasileira, é o que aponta uma das primeiras consultoras de moda do Brasil, Geni Rodio.

“Moda é para alavancar possibilidade de grandes negócios”.“Eu acho muito mais vantajoso e parece muito mais razoável de começar a pensar em nichos de mercado realmente, do que pensar em grandes [negócios]“, disse Geni.

Nichos de mercado são formados por consumidores qualificados, ou seja, que são mais exigentes quanto ao conceito do produto e de sua cadeia produtiva.

Geni explica que a moda é ampla, vai além do modelo da roupa e está estreitamente ligada a economia.

“Eu costumo dizer muito isso, que é muito importante que a gente tenha uma visão muito mais ampla do modelinho da roupa, sobre o que vai usar e o que vai não usar, até porque o vai usar e o que não vai usar está muito mais ligado a quanto ela [a roupa] vai custar, do que qualquer outra coisa”, disse Geni.

No ambiente competitivo mundial, o Brasil exporta US$ 1,9 bilhões de têxteis e vestuários por ano ocupando a 41ª posição, segundo dados do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI).

Em relação ao primeiro maior exportador de tecidos e vestuários do mundo, a China, o Brasil não tem muito do que se vangloriar. Anualmente, o país asiático exporta ao mundo US$ 167 bilhões de dólares entre tecidos e roupas. Neste sentido, competir com a China parece inviável.

E a consultora confirma que este “bonde” o Brasil já perdeu.“O que vai sobrar para nós é realmente nicho mesmo. É fazer coisas diferenciadas para públicos diferenciados e tentar vender com mais valor agregado, ou então trabalhar para grandes conglomerados, ou então prestação de serviços que é uma coisa muito interessante. Esse é o caminho que eu vejo”, disse.

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“Moda é para alavancar possibilidade de grandes negócios”.

E a consultora confirma que este “bonde” o Brasil já perdeu.

Há um artigo meu, de 1998, onde situo as empresas de confecção brasileira em tres categorias: As que investirem na marca própria e tivessem um produto diferenciado; as que iriam produzir para private label; e as que fariam facção para as duas anteriores. Quem fizer modinha com marca regional ou produzir até 100 mil peças por coleção, não sobreviverá às importações.

Tem gente que entende mais que eu de moda e está dizendo o mesmo.

OK, concordo com a consultora.

A Indústria do Vestuário tem que se ser repensada. Colocar o futuro do setor apenas na discussão de proteção alfandegária nos levará ao mesmo destino do setor brasileiro da indústria de brinquedos . Apenas criticar a política trabalhista de outros países, ainda não será suficiente, se não resolvermos internamente a mão de obra clandestina boliviana.

Então ,resta pensar em novos caminhos, ter uma política nacional para o setor, quem sabe renovar as estruturas de gestão das marcas e indústrias, desenvolver o conhecimento cientifico da indústria, renovar lideranças , tornar o setor mais participativo, menos narcisista, praticarmos menos o culto "eu sei,... estou certo,.. sou esperto". O fato é que o caminho que trilhamos até o momento está dando resultados negativos; continuar nesse caminho significa aceitar a continuidade da situação atual. Os resultados serão diferentes se as atitudes mudarem.

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