Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Moda colaborativa: Por que a marca de vanguarda Vetements não pode ser ignorada

“Todo mundo está falando sobre a Vetements”, é o que aparece tanto nas revistas e sites de moda. A marca mais “hot hot” de Paris atualmente ganhou esse status por causa de sua estética malcriada e anti-moda. Mas por baixo de toda irreverência, a Vetements está reinventando como a indústria da moda faz negócios através da moda colaborativa.

A etiqueta com sede em Paris fundada em 2014, capturou a imaginação dos influenciadores de moda oferecendo roupas ironicamente desconstruídas de jeans, camisetas, casacos e moletons decorados com logotipos descaradamente apropriados de outras marcas numa estética sem glamour. Ao leme está Demna Gvasalia (que também é o novo diretor criativo da Balenciaga ).

Depois de se formar na Academia Real de Belas Artes da Antuérpia, em 2006, ele passou a projetar a linha feminina da Maison Martin Margiela e, em seguida, tornou-se diretor criativo da linha feminina da Louis Vuitton. Junto com seu irmão Guram Gvasalia e cinco amigos que compõem o coletivo de design VETEMENTS, Demna continua a impressionar.

Em julho, a Vetements apresentou 54 looks masculinos e femininos de sua coleção Primavera / Verão 2017 em Paris lançada dois meses mais cedo, composta de colaborações com 18 marcas incluindo: Alpha Industries, Brioni, Canada Goose, Carhartt WIP, Champion, Church’s, COMME des GARÇONS, Dr. Martens, Eastpak, Hanes, Kawasaki, Juicy Couture, Levi’s, Lucchese, Mackintosh, Manolo Blahnik, Reebok et Schott.

Moda colaborativa: Por que a marca de vanguarda Vetements não pode ser ignorada stylo urbano

Recebida com grande aclamação da crítica, essa última coleção da Vetements passou de sua fase inicial precária até se tornar um termômetro de vanguarda para a indústria. Afinal, por que a Vetements é tão importante? Simples, moda colaborativa. A Vetements é um coletivo de estilistas que trabalham de forma colaborativa em vez de competição, e chamou a atenção da mídia de moda por fazer paródia com a propriedade intelectual de outras marcas.

O coletivo Vetements usou o nome da Champion para criar uma versão genérica de seu moletom para a Primavera 2016 sem a permissão da empresa. Para na Primavera 2017, a Vetements trabalhou com a Champion para benefício de ambas as partes. A moda colaborativa também foca na sustentabilidade evitando o hiper consumismo. A Vetements impõe um número máximo de pedidos por atacado em vez de mínimos, de modo que a roupa seja vendida pelo preço integral reduzindo a quantidade de resíduos.

E, talvez mais importante, a moda colaborativa é uma das vertentes da economia colaborativa. O atual cronograma de ready-to-wear, introduzido na década de 1960 não está mais funcionando de forma racional por causa da competição com o fast fashion e pelo imediatismo das redes sociais que acabou tumultuando a indústria da moda. As grandes redes de luxo estão até fazendo parcerias com redes de fast fashion para lançar linhas populares. É a massificação do luxo o que põe em dúvida a exclusividade do design dessas marcas.

A capacidade da Vetements para atrair um leque de parceiros tão vasto, muitos deles especialistas em seu domínio, atesta a sua rápida ascensão e influência única. As colaborações também permitem que a Vetements se concentre no projeto, enquanto a terceirização da produção é feita pelo melhor fabricante em cada categoria de produto. A colaboração da Vetements com essas marcas top de linha está simplesmente modificando a infra-estrutura industrial existente por isso faz sentido. Esse tipo de colaboração também gera muita publicidade para as marcas envolvidas.

Guram Gvasalia, a mente de negócios por trás Vetements, publicou um livro em 2013 chamado “Tamanho Zero: Um Guia para a Gestão Espiritual”. O título sugere a conscientização das tendências, valores e economia que fizeram da marca um sucesso. Irreverente e prática, a Vetements encontrou na moda colaborativa uma forma de crescer seu negócio, gerar interesse do público e criar novos caminhos colaborativos em vez de concorrência na indústria da moda. E é por isso que ainda estamos ouvindo falar sobre a Vetements. Veja no site daHarper Bazzar as fotos do desfile e das empresas parceiras.

Por Renato Cunha 

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