Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Anitta de pijama. Pabllo Vittar de moletom. Ivete Sangalo também de pijama. Com esses looks estranhos aos palcos, as três artistas apresentaram-se em lives durante a quarentena. São peças-símbolo dessa pandemia: elas revelam o mood “fique em casa” e a busca por um conforto, ao menos, na roupa.

É também sintomático: se ainda não temos perspectiva de quando estaremos numa pós-pandemia – esse futuro tão esperado -, então que esse tempo em casa, para quem pode, seja minimamente confortável, inclusive na forma de se vestir. Essa compensação pode explicar porque, no vestuário, o sutiã é uma peça em baixa nas vendas durante a quarentena, enquanto que a calça moletom está em alta, segundo o Grupo Consumoteca, consultoria que pesquisa transformações culturais e fez um levantamento dos “novos básicos”.

O fato é que é na essência do bem-estar, traduzida pelo conforto, que a maioria de nós vem ancorando nossas escolhas do que vestir em isolamento (ou semi-isolamento), mesmo em home office. Para se ter ideia, no Twitter, um rapaz confessou que colou grau vestindo, secretamente, uma samba-canção. Ou seja, temos rejeitado tudo o que aperta. Assim, o uso de pijamas e moletons têm disparado. E as peças já são apontadas como apostas de tendência mesmo após a covid-19. Ainda que a gente não saia vestida com pijamas e moletons, o que se espera é que os designers de moda criem peças híbridas ou inspiradas.

O moletom autoral de Melk Z-da

Melk Z-da, que há um tempo já põe fé nos moletons, criou uma coleção cápsula deles. Como é de sua assinatura autoral, imprimiu design criativo e elegância às peças, que se esgotaram. Moletons com mangas bufantes, bordados à mão – usando até pelúcia para tal – e tramas recortando a peça e criando vazamentos e texturas. Na sequência, lançou uma linha básica, abastecida com blusas e vestidos de algodão, que são a cara do que significa estar em casa.

Moletom Melk Z-da Foto: ravmes/@melkzda

E se lhe arrepia o Recife “frio” dos ventos de junho a agosto; e, ainda mais, as temperaturas amenas no interior pernambucano (dia desses, o termômetro na praça central de Taquaritinga do Norte, no Agreste do Estado, marcou 13 graus), ou mesmo o ar-condicionado do escritório, saiba que a indústria têxtil continua costurando moletons.

Pijamas da Kanssei

O estilista mineiro Lucas Magalhães acolheu essa demanda do conforto e criou uma marca dedicada a pijamas e moletons, chamada Kanssei. Há moletom com estamparia digital, moderninho, e pijamas do tipo tradicionais, daqueles com golas amplas, bolsos e botões, mas estampados, com estilo e graça.

Pijama Kanssei – Foto: Divulgação

Lucas conta que, quando já estava em quarentena por causa da pandemia, teve de passar por uma cirurgia e ficar internado, o que o levou à procura por pijamas – encontrou modelos caros, sem estilo nem fibra natural. A criatividade saltou e, então, rendeu a nova marca.

“Hoje, quando eu paro para avaliar, foi uma retomada da minha vontade pelas coisas confortáveis; e, organicamente, criou-se uma nova marca que está me surpreendendo muito com os resultados, tanto na aceitação, com as vendas, quanto na comunicação da marca”, diz ele, referindo-se à Kanssei, que reflete o estado de espírito do quarentenado – e, sobretudo, o dele, nos dois tipos de quarentena que teve de lidar.

Como tudo hoje, ele não sabe se a marca prossegue. “Está funcionando agora e espero que ela renda. Mas, se não render, a gente inventa outra”, diz com graça. “O mais importante é o que a gente vai precisar após isso. O movimento, agora, é inverso: as marcas se criam de acordo com as demandas, e não o contrário.”

A roupa na pós-pandemia

Para um cenário de trabalho em casa por tempo prolongado, ou num pós-isolamento com a herança do conforto da quarentena, a grife japonesa Whatever Inc. divulgou peças que misturam moletom e camisa social (na foto abaixo). A marca define como uma saída “meio business, meio relaxada”.

Camisas sociais-pijamas Whatever Inc – Foto: reprodução

No entanto, a gerente de Marketing da The Lycra Company, Silvana Eva, numa live promovida pela empresa de tecidos e tecnologias para vestuário, defendeu o jeans como um item que pode ser relacionado a conforto. “Não é só o pijama que é confortável. A gente pode ter uma roupa de trabalho que seja, como um jeans… é sobre como a gente se sente”, falou, relatando que, em certo dia da quarentena, em home office, ouviu do marido a sugestão de trocar o jeans por uma peça de maior conforto.

Eva contou que a indústria, faz tempo, tem essa demanda de busca pelo conforto, mas que agora as pessoas têm procurado mais, com aumento de pesquisa no Google, inclusive. “É um atributo que veio para ficar, e é algo de que o consumidor não vai abrir mão”, disse, revelando que tem recebido empreendedores a fim de produzir itens com essa etiqueta de conforto. “O que vai acontecer é que, cada vez mais, as pessoas vão achar oportunidades de produtos e buscar por mais conforto.”

FONTE: NE10

https://sindivestuario.org.br/moda-conforto-e-o-que-esta-em-alta-ne...

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