Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

 

 

  

 

Fonte : [ DC Newsletter ]

 

Via Veneto e Colombo apostam em lojas dirigidas ao público de executivos da região da Paulista.

 

Zé Carlos Barretta/ Hype
As lojas masculinas no coração econômico da cidade querem atrair pela qualidade e por serviços exclusivos, como os de alfaiates.
A moda masculina ganha espaço na Avenida Paulista, bem perto dos endereços comerciais de empresários, advogados e executivos. As marcas especializadas não se limitam a oferecer apenas o produto que "está se usando". Na avenida que também é cartão-postal da cidade, o público é exigente e quer serviço de qualidade.

 

A Via Veneto inaugurou recentemente uma loja de 600 metros quadrados na Paulista. Além da sua marca, a loja vende as grifes Brooksfield e Brooksfield Jr, do mesmo grupo. O  diferencial é que, apesar de os clientes encontrarem roupas prontas, têm à disposição quatro alfaiates, que ficam o tempo toda no local, para acudir os que precisam de ajustes.

Além disso, são encontradas também roupas em tamanhos grandes: os ternos e paletós vão até o número 74; as calças sociais, até o 70; e as camisas sociais, até o 50. "Os alfaiates que atendem ao cliente são os mesmos que fazem as marcações. Isto é positivo porque ele vai se lembrar de detalhes, na hora de fazer o serviço", afirma o gerente de produto da Brooksfield, Bruno Minelli. As adaptações dos alfaiates ficam prontas entre duas horas e três dias, sem custo adicional para o cliente.

 

Divulgação
"Abrir uma loja na Avenida Paulista era meu sonho. O retorno é garantido", contou Bruno Minelli, da Via Veneto.
Se quiserem, os consumidores da grife podem relaxar em um lounge com lareira e sofás, apreciando, no telão, as cotações da bolsa em tempo real. "Abrir uma loja na Avenida Paulista era meu sonho. O retorno do investimento no local é garantido. O grupo tem 160 unidades no Brasil. E a da Paulista ficará entre as dez principais em pouco tempo", afirma Minelli. "Os homens são mais objetivos e diretos nas escolhas, e preferem as lojas de rua, às de shopping centers."

 

Dedicação – Outra grife que tem loja na Avenida Paulista é a Colombo. "Para estar na Paulista são necessários esforço e dedicação. O local é um grande palco, que reúne a maior diversidade possível, e funciona como uma vitrine para todos", diz a gerente de marketing e e-commerce da Colombo, Patricia Marques. A loja oferece consultores de moda treinados para dar dicas aos clientes. Há também o serviço de alfaiataria, sujeita à disponibilidade da loja, dependendo da quantidade de peças que precisam ser restauradas.

"A loja fica no coração da economia paulistana, e ajuda muito na divulgação da marca. Os frequentadores pertencem, principalmente, à classe média. Porém, há também engenheiros, advogados, gerentes e engravatados em geral. O público jovem tem presença igualmente forte – a faixa etária é de 25 anos a 35 anos de idade", detalha Patricia.

A resistência dos alfaiates no mundo da roupa pronta

 

Patrícia Cruz/ LUZ
Os clientes não abrem mão de peças exclusivas.
A antiga profissão de alfaiate resiste ao tempo, sustentada pelos clientes exigentes, que querem roupa sob medida. Alguns ateliês, no entanto, estão passando por um processo de transformação. "A ideia é mesclar a tecnologia da confecção com o capricho do alfaiate", explica Luiz Aziz Neto, diretor da Alfaiataria Persona,  inaugurada recentemente nos Jardins. O resultado dessa combinação são roupas feitas com cuidado, mas com a rapidez que os novos tempos exigem. Só assim os alfaiates podem competir à altura com o "imediatismo" dos ternos e camisas prontos, explica Aziz.

 

Na sua empresa, o corte da roupa é feito individualmente, mas de forma eletrônica. "O cliente poderá ter dez ternos com mesmo tamanho. E o  acabamento é feito artesanalmente pelo alfaiate."

O tempo necessário para as roupas "modernas" ficarem prontas é o mesmo do processo tradicional. "O perfil do cliente é o homem com mais de 30 anos –  executivos e advogados, por exemplo, das classes média e alta. São pessoas que não abrem mão de peças exclusivas no guarda-roupa", diz Neto. Ele afirma que há falta de mão de obra especializada no mercado.

A opinião é compartilhada pelo primeiro secretário da Associação de Alfaiates e Camiseiros do Estado de São Paulo, Alexandre Mirkai. Pelas contas da entidade, que criou, em 2005,  o curso de formação de profissionais, existem hoje 2,5 mil alfaiates no estado. "É preciso dizer que apenas a prática conduz à perfeição do ofício. Mas os jovens precisam aprender. Há bastante espaço para a profissão atualmente."

 

Patrícia Cruz/ LUZ
Luiz Aziz Neto, acima, da Alfaiataria Persona, quer aliar o apelo do feito à mão com a moderna tecnologia.
Os alunos do curso, de um ano e meio, aprendem a fazer modelagem e montagem de saias, ternos, blazers e camisas. Também recebem noções de administração do negócio.

 

O alfaiate Humberto Luiz Magalhães Teodoro, proprietário da Humberto Alfaiataria, que fica no centro de São Paulo, trabalha no velho estilo. Ele tem 63 anos de idade, e 34 de profissão.

A equipe do ateliê reúne cinco alfaiates: o mais novo tem 70 anos de idade e o mais velho, 84. "Meus clientes são advogados, empresários, executivos. Os velhos funcionários da Bolsa de Valores eram assíduos. São consumidores que gostam de se vestir com perfeição. Tem cliente que me liga do exterior antes de fazer uma compra, para saber se dá para reformar uma peça – uma jaqueta de couro, por exemplo."

Ele diz que um terno custa, no mínimo, R$ 3,5 mil  – o mesmo que uma peça pronta, de qualidade, vendida nas lojas. Teodoro viaja pelo Brasil para atender aos clientes. Ele tira as medidas, e a sua equipe se encarrega da "produção". Para o tradicional alfaiate, a qualidade dos serviços é a responsável pela manutenção da profissão. "Os clientes nos indicam a amigos e familiares. Quem experimenta uma vez, nunca mais deixa de mandar fazer uma peça," garante.

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