A mercado da moda já é o segundo maior gerador do primeiro emprego no Brasil. O setor têxtil e de confecção também é o segundo maior empregador da indústria de transformação. Com salário médio inicial é de R$ 1,3 mil — mas que pode passar dos R$ 10 mil para os mais experientes — a área promete mais 300 mil novos empregos até 2025, segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).
Hoje, são 1,7 milhão de empregados diretos e 8 milhões contando com os indiretos. Desses, 75% são de mão de obra feminina, segundo a Abit.
Embora a maioria dos alunos que querem atuar na área de moda esteja em busca de luxo, glamour, flashes e fama, o caminho é longo e de muito trabalho. Mas os números do ramo são animadores e podem justificar o esforço.
— Até chegar ao desfile é um longo caminho. Primeiro o aluno rala na máquina de costura, aprende que o produto tem que dar lucro, e isso só com trabalho — explica o coordenador do bacharelado em Design de Moda do Senai Cetiqt, Sérgio Sudsilowsky, que destaca a importância da graduação no setor:
— Nos grandes centros, é difícil trabalhar sem o curso superior em moda. No máximo, você encontra pessoas formadas em artes, design, figurino.
Para o coordenador do bacharelado em Design de Moda do Senai Cetiqt, Sérgio Sudsilowsky, a graduação é importante. Foto: Thiago Lontra / Extra
Foram o crescimento do mercado e a paixão pela moda que levaram a administradora Antônia Melo, de 40 anos, a apostar todas as suas fichas em uma nova carreira. Pediu demissão do cargo de gerente de uma grande empresa de telecomunicações e hoje se diz realizada como aluna do 3º período do curso de Design de Moda da Universidade Veiga de Almeida:
— Hoje o mercado da moda é muito vasto. Via minha mãe costurando muito, ganhando pouco e, por isso, segui outra carreira. Me realizei financeiramente, mas eu não era feliz.
Já formada em Administração, Antônio optou por cursar Moda Foto: Thiago Lontra / Extra
Entre as áreas de atuação possíveis, estão produção de moda, personal stylist, designer de moda (estilista), assistente de estilo, consultor de moda, comprador de moda, empresário, blogueiro, pesquisador, professor e diretor criativo.
No Brasil, já são mais de cem escolas e faculdades de moda. Aluna do 7º período do Senai Cetiqt, no Rio, Carla Feitosa, de 24 anos, escolheu a moda depois de um curso técnico na área:
— Aprendi melhor sobre a história da moda, o mercado, e decidi fazer essa faculdade. Com o curso, vim mais pé no chão em relação ao setor
Média salarial
O assistente de estilo pode ganhar entre R$ 1,3 mil e R$ 2,5 mil; o designer, de R$ 6mil a R$ 7 mil. O diretor criativo ganha em torno de R$ 10 mil. Um consultor de moda de uma empresa de grande porte tem salário que pode chegar a R$ 10 mil.