Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Uma parceria inédita foi fechada em setembro para a padronização brasileira de roupas femininas: a Associação Brasileira de Normas Técnicas(ABNT), por meio de seu Comitê Brasileiro de Têxteis e Vestuário (ABNT/CB-17), usará o sistema de modelagemAudaces 3D, que ajudará na captação das medidas de referência do corpo das brasileiras.

Criado há dois anos, o programa possui a ferramenta de criar roupas sobre manequins virtuais, porém com as proporções de modelos reais, reduzindo sobremaneira a quantidade de protótipos e o tempo para a entrada da peça em produção. Com isso, o ABNT/CB-17 espera concluir o processo de padronização até o primeiro semestre de 2015, já que para a criação desses manequins virtuais serão utilizados os dados do estudo antropométrico do Senai/Cetiqt, do Rio de Janeiro, realizado com mais de 7,4 mil pessoas em todo o país para obter os padrões de medidas mais comuns entre as brasileiras. “Com nosso sistema 3D, os pesquisadores puderam visualizar, pela primeira vez, modelos virtuais com os padrões identificados pela pesquisa”, afirma Rodrigo Cabral, diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Audaces.

Atualmente, são seguidas as medidas europeias, com algumas adaptações ao padrão nacional, mas não correspondem corretamente ao biótipo das brasileiras. Para Maria Adelina Pereira, superintendente do Comitê Brasileiro de Têxteis e do Vestuário (ABNT/CB-17), “a padronização proporcionará aos consumidores e fabricantes roupas com dimensões que são, de fato, feitas para as consumidoras brasileiras”.

Nos segmentos masculino e infantil, essa padronização já foi realizada e, de acordo com Adelina, entre as empresas que adotaram esses novos parâmetros, houve registro de forte queda nas devoluções, especialmente em e-commerce. Ela ainda salienta que não haverá imposição às confecções para que adotem essas medidas, mas que é algo que o mercado adotará naturalmente. “O consumidor ficará mais satisfeito e optará por roupas que o vistam melhor, que tenham suas proporções”, diz.

Ela explica que, atualmente, há diferenças de tamanho em peças com a mesma numeração, fabricadas por fornecedores diferentes, o que impede o consumidor de se basear apenas no tamanho que está acostumado a comprar. Com a padronização, ele passará a ter mais conforto e melhor caimento, aumentando seu grau de satisfação e facilitando às confecções a comercialização de suas peças tanto dentro quanto fora do Brasil.

Para Rodrigo Cabral, da Audaces, a parceria no projeto, além da troca de conhecimentos, faz com que a empresa colabore com mais um passo no desenvolvimento da moda brasileira. Ele resume: “Em plena era digital, o consumidor ainda necessita provar uma roupa para ter certeza de que ela é do seu tamanho. A padronização ajudará muito nesse sentido, ao proporcionar mais conforto e satisfação para quem compra e maior assertividade para quem vende, especialmente por meio do comércio eletrônico”.

http://www.costuraperfeita.com.br/edicao/29/materia/fique-por-dentr...

Por Silvia Boriello

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